OMS contradiz Bolsonaro: "Pandemia continua em todos os lugares"
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta: a pandemia da covid-19 continua e em todos os lugares. A declaração nesta sexta-feira foi dada em uma coletiva de imprensa, em resposta a uma pergunta feita pela coluna especificamente sobre os comentários do presidente Jair Bolsonaro de que a crise sanitária no país estaria no seu final.
Bolsonaro disse na quinta-feira que o país vive o "finalzinho" da pandemia. "Me permite falar um pouco do governo, que ainda estamos vivendo o finalzinho de pandemia. O nosso governo, levando-se em conta outros países do mundo, foi aquele que melhor se saiu, ou um dos que melhores se saíram na pandemia", disse.
Ao ser confrontada com a declaração de Bolsonaro, a porta-voz da OMS, Margaret Harris, foi diplomática e optou por não citar o Brasil textualmente. Mas ela foi ao mesmo tempo clara e breve: "Para nós (OMS), a pandemia está continuando em todos os lugares".
Na OMS, os dados revelam que a pandemia não perde força, com 4 milhões de novos casos por semana. Em meados do ano, o mundo precisava de dez dias para somar 1 milhão de novos infectados. Hoje, a velocidade da transmissão é mais de quatro vezes superior.
Nas Américas, a transmissão continua subindo em 12%, assim como as mortes, com salto de 18%.
Há uma semana, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, já havia soado o alerta em relação ao Brasil, apelando para que as autoridades levassem a sério a tendência de nova alta. Para ele, o que ocorria no país era "muito preocupante".
O informe semanal da OMS sobre a situação da covid-19 na semana terminada no dia 6 também revela um salto importante no Brasil de 35% em comparação à semana anterior.
A taxa coloca o Brasil como o local com o maior aumento percentual entre os atuais cinco países mais atingidos pelo novo coronavírus no mundo nesta semana. Nos EUA, o número total de novos casos chegou a 1,2 milhão no período, um aumento de 9% em comparação à semana anterior. O Brasil ficou em segundo lugar em novos casos, com 295 mil. Mas registrou a maior taxa de expansão em apenas uma semana entre os locais que servem de epicentro para a pandemia.
Os dados revelam que a expansão brasileira é também mais intensa que a média das Américas. Na região, número semanal de novos casos atingiu 1,8 milhão nesta semana com 26 624 novos óbitos. Isso representa um salto de 12% e 18% em relação à semana anterior, respectivamente.
Segundo a entidade, o número no Brasil é "mais alto relatado desde meados de agosto". "Tendências ascendentes estão sendo observadas em todas as cinco regiões [do Brasil], e até hoje, a região Sudeste, que inclui o estado de São Paulo, tem o maior número de casos e mortes acumuladas, seguido pela região Nordeste. O Paraná, no sul do Brasil, que faz fronteira com o Paraguai e a Argentina, introduziu um toque de recolher noturno", destacou a OMS.
No Brasil, a entidade indica ainda que o número de novas mortes foi de 3.990 na semana, um aumento de 19% em comparação com a semana anterior.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.