Premiado por Davos, Sebastião Salgado defende "paz com meio ambiente"
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Resumo da notícia
- Evento nesta semana reúne líderes das maiores economias do mundo. Bolsonaro não aceitou convite
- Meio ambiente estará no centro do debate, com a participação de enviados do governo de Joe Biden
- Fórum Econômico Mundial ocorre pela primeira vez em formato virtual, por conta da pandemia
- Delegação brasileira conta com Mourão, Guedes e Ernesto Araújo
O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado usou neste domingo a abertura do Fórum Ecônomico Mundial para pedir "solidariedade" aos líderes mundiais, apontando que a pandemia deve servir como uma lição de como a comunidade internacional precisa buscar viver.
O evento que tradicionalmente ocorre em janeiro em Davos está sendo realizado, neste ano, por video conferência.
Salgado foi premiado pelo Fórum por sua arte, mas também por seu papel positivo na sociedade. Para os organizadores, suas fotos têm "provocado um debate sobre a condição humana".
Questionado sobre qual seria sua mensagem a líderes, ele insistiu na necessidade de uma transformação. "O mais importante para a comunidade humana pelo mundo é a solidariedade", disse. "Os valores de nossa sociedade não são intelectuais ou materiais. Mas são valores essenciais como comunidade, solidariedade e amor", disse. "São os valores que nossa mãe nos ensina. Mãe não ensina egoísmo", afirmou.
Sua mensagem ainda foi permeada por uma preocupação ambiental. "Podemos viver todos dentro de um planeta protegido. Podemos viver em paz com o meio ambiente", disse.
Apontando para a "humildade" como maior qualidade, Salgado insistiu na necessidade de se manter a esperança e aposta que a atual crise deverá servir como forma de garantir que a humanidade possa "viver melhor".
Representante de Biden apresentará ambições ambientais
Os organizadores colocaram o meio ambiente no centro da agenda do evento deste ano. O presidente Jair Bolsonaro foi convidado para participar. Mas optou por, uma vez mais, não atender ao convite. Em seu lugar, a representação brasileira ficará com o vice-presidente Hamilton Mourão, que assumirá a responsabilidade de falar sobre a Amazônia.
Além dele, participam de debates o chanceler Ernesto Araújo e o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Em seu discurso de abertura, Klaus Schwab, fundador do Fórum, apontou que 2021 será fundamental. Para ele, o mundo caminha para sair da crise sanitária. Mas a reconstrução terá de ser mais sustentável. Entre as prioridades do debate de "Davos Virtual" será o compromisso de governos e empresas por uma redução de emissões de CO2.
Se Bolsonaro não estará presente, o evento terá a primeira participação de John Kerry, o embaixador do governo de Joe Biden para temas climáticos e um sinal de uma mudança profunda na agenda dos Estados Unidos em temas ambientais. Ele deve usar o evento para anunciar a ambição de Biden na agenda climática e deixar claro que colocará pressão internacional nesse sentido.
De acordo com os organizadores, o argentino Alberto Fernandéz irá apresentar os planos para seu país e o evento ainda terá os presidentes da Colômbia, Costa Rica e outros.
Em 2019, Bolsonaro chamou a atenção do evento em Davos ao fazer um discurso de apenas seis minutos, apesar de ter obtido uma sessão completa no principal palco do evento para si.
A reunião virtual neste ano terá o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Antonio Guterres, uma das vozes que vêm alertando para a falta de cooperação existente hoje no mundo. Tedros Gebreyesus, diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), também será um dos participantes.
A agenda será fortemente marcada pela presença asiática. Em 2021, pela primeira vez, a Ásia supera o Ocidente e irá assumir 50% do PIB mundial. Não por acaso, a lista de participantes inclui o presidente da China, Xi Jinping, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, além dos líderes do Japão e da Coreia do Sul.
A Europa será representada pela chanceler Angela Merkel, da Alemanha, o francês Emmanuel Macron, o italiano Giuseppe Conte, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e Pedro Sanchez, da Espanha. Entre os africanos estão confirmados os presidentes da África do Sul, Gana e Ruanda.
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