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Falta de vacina ameaça estudos de 950 brasileiros na França
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Resumo da notícia
- Deputado Alexandre Padilha (PT-SP) pede que pesquisadores e estudantes nesta situaçäo sejam vacinados para não perder ano letivo no exterior
950 pesquisadores e estudantes brasileiros que deveriam iniciar seus estudos de pós-graduação ou universitários na França a partir de setembro vivem um momento de incerteza. O governo de Paris apenas aceita a entrada de pessoas que tenham sido vacinadas com uma das doses reconhecidas pelo governo local. Mas com a campanha de vacinação ainda lenta em diferentes regiões do Brasil e com a presença de imunizantes não reconhecidos na França, muitos temem que não conseguirão começar o ano letivo, em setembro.
Na esperança de contornar a crise, o deputado Alexandre Padilha (PT-SP), ex-ministro da Saúde, apresentou nesta semana um requerimento ao Ministério da Saúde e ao Itamaraty para que esse grupo de brasileiros seja atendido com prioridade na vacinação, uma vez que os grupos mais vulneráveis já tenham sido atendidos.
"O não controle da pandemia, a lentidão na vacinação e a imagem de pária internacional, afeta a vida de todos brasileiros no exterior", disse à coluna. "Bolsonaro priorizou atletas para a Copa America, Olimpíadas e não pode virar as costas para estudantes que irão ajudar a desenvolver nossa ciência e Universidades", declarou.
Os cursos para os quais os estudantes conseguiram vagas abrangem áreas de engenharias, arquitetura e urbanismo, comunicação, ciências políticas e filosofia, e se dão em instituições tais como École Centrale Lille e École Centrale de Marseille.
"Caso não haja a apresentação dos alunos na data do início do semestre, entre 27 de agosto a 2 de setembro haverá a perda da bolsa", alerta o deputado, em um requerimento direcionado ao Itamaraty e ao Ministério da Saúde.
Nas cartas, o parlamentar pede que esses pesquisadores e estudantes sejam priorizados na vacinação, "de preferência com a vacina de dose única para aqueles ainda não tomaram, uma vez que estar vacinado é a condição para que possam entrar na França e assim darem início aos seus estudos".
Numa carta ao deputado, o movimento "Étudier est Impérieux" explica a situação. O grupo é formado por 950 estudantes e pesquisadores admitidos em universidades francesas e que estão impedidos de adentrar ao território francês devido à estratégia de reabertura das fronteiras francesas que classificou o Brasil como um país da "zona vermelha" devido ao descontrole da pandemia no Brasil.
Pelas regras estabelecidas pela França, é permitida a entrada de quaisquer pessoas vacinadas provenientes da "zona vermelha". "A grande questão é que a maioria dos estudantes e pesquisadores possui entre 20 e 30 anos e sequer tomou a primeira dose", alertam os membros do grupo.
Segundo eles, "devido ao exíguo tempo até o início do ano letivo em setembro, apenas seria possível a dose única da Janssen ou as duas da Pfizer (com intervalo de 21 dias), considerando que o ciclo de vacinação apenas se considera completo para efeito de embarque após 28 dias da dose única da Janssen ou 7 dias após a segunda dose da Pfizer".
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