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Jamil Chade

REPORTAGEM

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OMS: Com variantes, imunidade coletiva exigirá maior número de vacinados

multidão andando na rua, aglomeração, urbano, cidade grande - iStock
multidão andando na rua, aglomeração, urbano, cidade grande Imagem: iStock

Colunista do UOL

11/08/2021 11h55

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Resumo da notícia

  • Agência acreditava que imunidade poderia ser atingida em populações que conseguissem proteção pela vacina a 70% de seus habitantes; mas taxa subiu
  • OMS lembra que sarampo exige vacinação de 95% das pessoas para que a imunidade seja estabelecida numa sociedade

Atingir uma imunidade de rebanho contra a covid-19 exigirá um número maior de pessoas vacinadas do que se imaginava. O alerta é da OMS (Organização Mundial da Saúde), que mudou seu tom sobre a proteção comunitária e insiste agora que "não há número mágico" sobre qual a taxa das populações que será necessária ser ultrapassada para que tal cenário seja obtido.

No início do ano, a OMS indicava que seria necessária a imunização por vacinas de 70% a 75% de uma população para que uma imunidade de rebanho fosse declarada. Na prática, isso poderia significar o controle da doença, ainda que sua erradicação seja um trabalho diferente.

Na própria estratégia da agência, foi fixado como meta atingir 70% de vacinados em todos os países até meados de 2022.

Mas, agora, os técnicos da entidade admitem que não há mais como colocar uma taxa, principalmente diante de variantes mais poderosas e transmissíveis.

"Essa é uma área de incerteza científica e tudo depende da transmissibilidade do vírus", disse Kate O'Brian, diretora de vacinas da OMS em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira, em Genebra. "As variantes são mais transmissíveis e estamos monitorando. Não há número magico que temos de atingir", disse.

Ela lembra que, no caso do sarampo, a imunidade coletiva é apenas atingida quando quase 95% da população é vacinada.

"No caso da covid-19, com as variantes, isso significa que uma fração maior da população precisará ser vacinada para atingir imunidade", disse. Para a OMS, isso reforça a tese de que governos precisam ampliar campanhas de vacinação para evitar mortes e doenças severas.

Ao ver a expansão das variantes, o resultado foi uma maior capacidade de transmissão do vírus e, portanto, a necessidade de uma taxa maior de proteção para que haja imunidade coletiva. A OMS agora apenas indica que a vacinação terá de ser "substancial".

O alerta vem num momento no qual os números da OMS revelam que a pandemia continua a se expandir. Na semana passada, o mundo superou a marca de 200 milhões de casos, apenas seis meses depois de atingir 100 milhões. Se a atual trajetória foi mantida, a marca dos 300 milhões de casos oficiais será ultrapassada no início de 2022.