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Jamil Chade

REPORTAGEM

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Infantino chama Brasil x Argentina de "loucura" e teme novas crises

Presidente da Fifa, Gianni Infantino  - Rhona Wise/AFP
Presidente da Fifa, Gianni Infantino Imagem: Rhona Wise/AFP

Colunista do UOL

06/09/2021 17h21

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O presidente da Fifa, Gianni Infantino, usou a crise entre Brasil e Argentina para alertar aos maiores clubes do mundo que os dirigentes terão de assumir a responsabilidade de encontrar soluções comuns diante dos desafios que o calendário internacional gera em meio a uma pandemia.

Falando durante a reunião da Associação de Clubes Europeus, em Genebra, o cartola máximo do futebol insistiu na necessidade de que haja um maior entendimento entre clubes e federações nacionais. Na Fifa, o temor é de que o caos na partida em São Paulo seja apenas uma ilustração dos problemas que seleções enfrentarão nos próximos meses.

"Vimos o que aconteceu com o jogo entre Brasil e Argentina, duas das mais gloriosas equipes da América do Sul", disse o suíço. "Algumas autoridades, policiais, oficiais de segurança entraram em campo após alguns minutos do jogo para tirar alguns jogadores - é uma loucura, mas precisamos lidar com estes desafios, estas questões que vêm além da crise da covid", disse Infantino.

Seu recado ocorre num momento em que clubes europeus passaram a usar a crise da pandemia para justificar a proibição de que jogadores possam ser liberados para atuar por suas seleções, mesmo em jogos oficiais das Eliminatórias.

Sob pressão diante do risco de uma ruptura com os clubes, a Fifa vem tentando uma negociação. Mas, pelo menos por enquanto, os sinais apontam para uma fragilização da entidade com sede em Zurique.

Durante o evento, ele indicou que seria necessário um compromisso para que as próximas datas Fifa - com jogos das Eliminatórias para a Copa do Mundo de2022 - não repitam o mesmo fiasco do fim de semana.

Ele propôs um amplo processo de consulta que envolverá todas as partes interessadas no futebol na busca de um calendário de jogos internacionais mais forte para o futuro do futebol.

Sem mencionar nomes, Infantino disse que recebeu garantias de governos para a realização de partidas e liberação de atletas. "Alguns cumpriram, outros não", disse. Mas ele também alertou sobre a necessidade de que não haja discriminação para a liberação de jogadores, no caso da Inglaterra.

"Adiamos os jogos das Eliminatórias na América do Sul que deveriam ocorrer em março, que é fundamental para clubes", afirmou. "Mas eles agora precisam jogar. Temos que proteger a Copa, as Eliminatórias", defendeu.

Infantino pediu para que os clubes encontrem um compromisso para liberar atletas para as datas de jogos em outubro, novembro e para o próximo ano.

"É importante para os torcedores que protejamos os clubes e que protejamos as equipes nacionais", disse Infantino. "Há apenas um futebol, mesmo que os interesses possam divergir de tempos em tempos", alertou. "Todos temos que proteger o futebol e todos temos que proteger o futebol mundial", completou.