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OMS declara nova cepa do vírus da covid-19 como "variante de preocupação"
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A OMS (Organização Mundial da Saúde) declara a nova variante do vírus da covid-19 como "variante de preocupação" internacional, o que poderá acelerar governos a aplicar novas restrições de viagens e medidas de cautela diante do risco que a mutação poderia gerar. O termo usado para designar a variante será ômicron.
Nesta semana, as autoridades da África do Sul anunciaram a descoberta de uma nova variante do coronavírus, depois de ela ter sido primeiro identificada há duas semanas. A cepa, segundo os cientistas, tem uma "constelação incomum" de mutações e há preocupação sobre o impacto que ela poderia ter para a eficácia da vacina.
Chamada de B.1.1.529, a nova variante também foi apontada por especialistas europeus como a "mais preocupante" já vista, em termos de mutações.
Na OMS, cientistas dividem as variantes em dois grupos. Cepas que sofreram mutações, mas que não representam um risco suplementar, são classificadas como "variantes de interesse". Mas aquelas que significam maior transmissão ou risco de maior letalidade são classificadas como "variante de preocupação".
Desde o começo da pandemia, outras variantes já ganharam tal classificação entre elas a delta.
A OMS, diante da constatação, pede que governos adotem as seguintes medidas:
- Aumentar a vigilância e os esforços de sequenciamento para compreender melhor as variantes SARS-CoV-2 circulantes.
- Submeter sequências completas do genoma e meta dados associados a um banco de dados publicamente disponível.
- Relatar os casos/classificadores iniciais associados à infecção à OMS.
- Onde existe capacidade e em coordenação com a comunidade internacional, realizar investigações de campo e avaliações laboratoriais para melhorar a compreensão dos impactos potenciais da covid-19 na epidemiologia da covid-19, gravidade, eficácia das medidas sociais e de saúde pública, métodos de diagnóstico, respostas imunes, neutralização de anticorpos, ou outras características relevantes.
A agência também solicita que indivíduos sejam "lembrados de tomar medidas para reduzir seu risco, incluindo medidas sociais e de saúde pública comprovadas, como o uso de máscaras bem ajustadas, higiene das mãos, distanciamento físico, melhorar a ventilação dos espaços internos, evitar espaços lotados e ser vacinados".
"Esta variante tem um grande número de mutações, algumas das quais são preocupantes. As evidências preliminares sugerem um risco maior de reinfecção com esta variante, em comparação com outras variantes. O número de casos desta variante parece estar aumentando em quase todas as províncias da África do Sul", alerta a OMS.
"Nas últimas semanas, as infecções na África do Sul aumentaram acentuadamente, coincidindo com a detecção da variante B.1.1.529. A primeira infecção B.1.1.529 confirmada conhecida foi de um espécime coletado em 9 de novembro de 2021", explicou a OMS.
A agência ainda aponta que, como a variante foi detectada a taxas mais rápidas do que os surtos anteriores de infecção, há uma suspeita de que ela ganhar terreno.
Impacto na economia
Sua identificação já levou os mercados a sofrer duras quedas, enquanto governos reavaliam medidas de controle social e mesmo aceleram processos de vacinação. A Comissão Europeia, por exemplo, já propôs que medidas de urgência sejam adotadas para impedir a chegada de novos vôos da região sul do continente africano, Na Bélgica, porém, um primeiro caso de contaminação pelo vírus já foi identificado.
Ainda que a mutação tenha sido apontada como motivo de explosão de casos numa região da África do Sul, a OMS estima que ela provavelmente surgiu em outro país. A primeira amostra da variante foi coletada em Botsuana em 11 de novembro.
Uma das hipóteses é de que ela pode ter surgido durante uma infecção de um paciente não tratado de HIV/Aids.
Pelo menos 30 mutações foram identificadas na variante, o que seria mais que o dobro da variante Delta, já considerada como a mais perigosa.
Se ainda não existem estudos exatos sobre o grau de velocidade de sua transmissão, a realidade é que os números diários na África do Sul se multiplicaram por cinco em duas semanas.
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