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ONU cita 62 ataques contra hospitais na Ucrânia e 3,5 milhões de refugiados
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Menos de um mês depois da guerra na Ucrânia começar, o conflito já obrigou mais de 10 milhões de pessoas a deixar suas casas, um quarto de todo o país. Deste total, 3,5 milhões cruzaram as fronteiras e hoje vivem em outros países. Mas pelo menos 6,5 milhões de ucranianos estão em fuga, dentro do próprio território nacional.
Até a manhã desta terça-feira, a ONU (Organização das Nações Unidas) contabilizava 2,1 milhões de ucranianos na Polônia, além de 543 mil na Romênia e 360 mil na Moldávia. A ONU também destaca para a existência de 253 mil pessoas que deixaram a Ucrânia e estão na Rússia.
No atual ritmo, as piores projeções das Nações Unidas serão superadas nos próximos dias. Nos primeiros momentos da guerra, a agência alertava que a guerra poderia gerar 4 milhões de refugiados. O número está prestes a ser superado.
"Trata-se de uma marca trágica", admitiu Matthew Saltmarsh, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Refugiados. "A velocidade e escala são sem precedentes em tempos recentes", disse.
Paloma Cuchi, representante da OMS (Organização Mundial da Saúde) na Polônia, também já fala em um fluxo ainda maior de refugiados, diante dos sinais de que não existem negociações consolidadas para frear a guerra. "Estamos nos preparando para um fluxo ainda maior", disse a representante, que destaca ainda uma ampla lista de problemas de saúde registrados entre os ucranianos que deixam o país.
De acordo com a OMS, um dos dramas vividos na Ucrânia é a existência de quase dois ataques por dia contra infraestrutura médica, incluindo hospitais e armazéns de remédios, além de ofensivas contra profissionais de saúde. No total, a porta-voz da OMS já fala em pelos menos 62 ataques, mas indica que outras várias ofensivas estão sendo investigadas.
O governo russo nega que esteja atacando centros de atendimento e alega que alguns desses locais estão sendo usados por tropas ucranianas como escudo. A ONU, porém, rejeita a versão e insiste que os locais eram hospitais em funcionamento.
A OMS condena os ataques, enquanto a ONU já alertou que as agressões contra civis e locais de atendimento médico podem ser consideradas como "crimes de guerra".
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