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Jamil Chade

REPORTAGEM

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OMS: testes têm queda de até 90% e mundo vive "cegueira" diante da covid-19

França era um dos raros países na Europa a ofertar testes de Covid gratuitos para todos, inclusive viajantes estrangeiros - Reuters
França era um dos raros países na Europa a ofertar testes de Covid gratuitos para todos, inclusive viajantes estrangeiros Imagem: Reuters

Colunista do UOL

26/04/2022 13h26

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A OMS (Organização Mundial da Saúde) alerta que a queda de testes sobre a covid-19 ameaça abrir uma nova crise sanitária e deixa o planeta "cada vez mais cego" diante da pandemia.

Em uma declaração feita nesta terça-feira, a agência destacou que o número de mortes pelo vírus atingiu a menor taxa em 25 meses, com 15 mil óbitos. Mas a entidade insiste que a pandemia "não acabou" e pede para que governos continuem monitorando o vírus.

"Estamos recebendo cada vez menos informação sobre número de casos e sequenciamento genético", alertou Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

A queda na testagem varia entre 70% e 90% no mundo, de acordo com Bill Rodrigues, CEO da FIND, a aliança para a promoção de diagnóstico.

"Isso significa que estamos cada vez mais cegos sobre o vírus, diante da queda de testagem. O vírus não vai desaparecer só por não olharmos para ele", alertou Tedros.

Ao completar dois anos da criação dos mecanismos de distribuição de vacinas e tratamento, ele insistiu que o vírus "continua sendo mortal". "Além disso, não sabemos o impacto de longo prazo", insistiu.

O alerta da OMS ocorre num momento em que a Europa sinaliza que também irá abandonar o status de emergência sanitária e, gradualmente, retirar algumas das principais medidas de controle.

Para o chefe de operações da agência, Mike Ryan, o gesto não é "inconsistente" com a realidade da doença na região. Mas insistiu que essa "não é hora de perder o foco".

Maria Van Kerhkove, diretora técnica da OMS, também soa o alerta sobre os números que o mundo registra. "Não temos confiança", admitiu. "O vírus continua sendo um problema global. Não é o momento de retroceder", completou.