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Jamil Chade

REPORTAGEM

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Sem acordo de paz, Ucrânia terá maior população de refugiados do mundo

5.mar.2022 - Refugiados que fogem da invasão russa aguardam saída de Lviv, na Ucrânia - REUTERS
5.mar.2022 - Refugiados que fogem da invasão russa aguardam saída de Lviv, na Ucrânia Imagem: REUTERS

Colunista do UOL

26/04/2022 06h18

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Com mais de dois meses de guerra e sem uma perspectiva de um acordo de paz na Ucrânia, a ONU refaz seus cálculos e alertas que precisará do dobro do dinheiro inicialmente solicitado para lidar com a crise humanitária no Leste Europeu.

Se no início do conflito a ONU previa 4 milhões de refugiados, as novas previsões apresentadas nesta terça-feira em Genebra apontam para um cenário de mais de 8,3 milhões de pessoas que sairão do país até o final do ano, se os conflitos não forem interrompidos.

Hoje, a maior crise de refugiados do mundo continua sendo a de sírios, com 6,8 milhões pessoas fora do país. Mas os ucranianos já ocupam a segunda posição, com 5,3 milhões de pessoas fora de suas fronteiras, num país com 44 milhões de habitantes.

A crise europeia já superou o volume de refugiados venezuelanos, que somam 4,1 milhões de pessoas. A quarta maior crise é de afegãos, com 2,6 milhões de refugiados.

Em março, a ONU havia lançado um alerta de que precisaria de US$ 1,1 bilhão para lidar com a crise humanitária na Ucrânia. Hoje, diante da extensão da guerra, a entidade estima que irá precisar de US$ 2,2 bilhões para garantir alimentos, remédios e abrigos para a população necessitada.

Documentos da entidade apontam que doadores e governos estrangeiros já destinaram US$ 980 milhões para a crise, uma das respostas mais fortes da comunidade internacional em anos e distante do volume recebido por outras crises no mundo.

Há pouco mais de um mês, a ONU estimava que 12 milhões de ucranianos precisariam de ajuda humanitária. Hoje, eles já são 15 milhões que necessitam de uma assistência urgente.

Além dos mais de 5,3 milhões de refugiados, a entidade destaca que outros 7,7 milhões de ucranianos foram obrigados a deixar suas casas e cidades, em vivem deslocados em outras regiões do país.