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Jamil Chade

REPORTAGEM

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OMS espera que fim da pandemia ocorra em 2023, mas vírus não desaparecerá

Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Gebreyesus, durante entrevista coletiva em Genebra -
Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Gebreyesus, durante entrevista coletiva em Genebra

Colunista do UOL

14/12/2022 16h44

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A OMS (Organização Mundial da Saúde) espera que a pandemia da covid-19 possa ser encerrada em 2023. Mas alerta que o vírus não irá desaparecer e que governos e sociedades terão de conviver com a nova doença que matou milhões de pessoas pelo mundo, desde 2020.

Em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira, em Genebra, o diretor da OMS, Tedros Ghebreyesus, anunciou que o comitê de especialistas da entidade irá se reunir em janeiro para determinar quais serão os critérios que serão usados para definir como declarar o fim da emergência internacional.

Entre os critérios, os especialistas vão avaliar o comportamento do vírus, assim como seu impacto na sociedade e nos sistemas de saúde.

O alerta foi emitido pela OMS no final de janeiro de 2020, transformando o planeta nos anos seguintes e obrigando governos a adotar medidas de controle. "Esperamos que o fim da emergência seja declarado em 2023", disse Tedros. A declaração significaria que a covid-19 não seria mais uma ameaça internacional.

O que aconteceu com a taxa de mortos? Um dos critérios deverá ser a capacidade de controlar o número de mortes. Ainda que muitas medidas de proteção tenham sido abandonadas por dezenas de governos, a OMS insiste que entre 8 mil e 10 mil pessoas ainda morrem todas as semanas no mundo por conta da covid-19. No auge da crise, mais de 50 mil pessoas perdiam a vida a cada sete dias.

Apesar da esperança da OMS, a entidade deixa claro que o vírus "não vai sumir". Segundo Tedros, governos terão de aprender a conviver com a doença. "O vírus chegou para ficar. A questão é como vamos administrá-lo. Temos os instrumentos e conhecemos ele melhor. Mas também temos uma maior imunidade populacional, seja pela vacina ou por contaminação", disse o diretor da agência.

"Está em nossas mãos acabar com a pandemia", afirmou. Para ele, o mundo deve focar nos grupos mais vulneráveis, principalmente idosos.

Para Maria van Kerkhove, diretora técnica da OMS, o mundo está começando o quarto ano do vírus com a constatação de que ele não irá desaparecer.

E as vacinas? De acordo com a OMS, um dos desafios é ainda a vacinação. Nos 40 países mais pobres do mundo, apenas um a cada cinco pessoas foram imunizadas e as metas de distribuição de doses pelo mundo não foram atingidas.

Já Mike Ryan, diretor de operações da OMS, sistemas de saúde precisam estar preparados para lidar com a covid-19 como parte de sua estratégia constante de serviços. "A história mostra que o vírus que gera uma pandemia só irá desaparecer com um novo vírus ou nova pandemia", completou.