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Em 1ª mudança, governo Lula critica Israel e rompe política bolsonarista
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Em um comunicado emitido pelo novo governo brasileiro, o Itamaraty sinaliza uma mudança profunda na postura diante dos conflitos entre Israel e Palestina e inaugura de fato uma nova política externa. O gesto rompe com a orientação de Jair Bolsonaro para o Oriente Médio e recupera uma postura tradicional brasileira na região.
Na declaração, a chancelaria brasileira indica que o país "acompanhou com grande preocupação a incursão do Ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, na Esplanada das Mesquitas ("Haram-El-Sharif"), em Jerusalém, na manhã de hoje, 03/01". O incidente gerou protestos por parte de grupos árabes em todo o mundo, reabrindo o debate sobre a situação dos palestinos na região.
O Brasil reitera o seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz, em segurança e dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas"
Itamaraty, em nota
O primeiro comunicado do governo Lula sobre o assunto confirma a expectativa de países árabes de que o novo Itamaraty abandonaria a postura adotada durante os quatro anos de Jair Bolsonaro, no qual o Brasil evitou criticar Israel, ensaiou a mudança da embaixada de Tel Aviv para Jerusalem, abriu canais inéditos com a extrema direita israelense e ainda passou a votar contra várias das resoluções árabes na ONU.
Em sua posse, na segunda-feira, o chanceler Mauro Vieira também indicou que o Brasil retornaria a uma postura mais "equilibrada e tradicional" na questão envolvendo Israel e Palestina.
Durante o governo Bolsonaro, os gestos de Brasília chegaram a levar países árabes a avaliar um boicote contra produtos nacionais, o que não acabou ocorrendo. Em certas votações na ONU, o Brasil foi um dos únicos no mundo a ficar ao lado de Israel.
O que diz a nota do novo governo?
"À luz do direito internacional e tendo presente o status quo histórico de Jerusalém, o governo brasileiro considera fundamental o respeito aos arranjos estabelecidos pela Custodia Hachemita da Terra Santa, responsável pela administração dos lugares sagrados muçulmanos em Jerusalém, tal como previsto nos acordos de paz entre Israel e a Jordânia, em 1994", diz o texto.
"Ações que, por sua própria natureza, incitam à alteração do status de lugares sagrados em Jerusalém constituem violação do dever de zelar pelo entendimento mútuo, pela tolerância e pela paz", declarou o Itamaraty.
"O Brasil reitera o seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz, em segurança e dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas. Com esse propósito, o governo brasileiro exorta ambas as partes a se absterem de ações que afetem a confiança mútua necessária à retomada urgente do diálogo com vistas a uma solução negociada do conflito", completou a nota.
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