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Jamil Chade

REPORTAGEM

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EUA costuram pacto para financiar ação contra desmatamento no Brasil

Lula se despede do vice Alckmin antes de embarcar para os EUA - Ricardo Stuckert/Divulgação
Lula se despede do vice Alckmin antes de embarcar para os EUA Imagem: Ricardo Stuckert/Divulgação

Colunista do UOL

09/02/2023 14h34

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As negociações para o envolvimento do governo americano no financiamento do combate ao desmatamento no Brasil estão em "estágio avançado".

A esperança do Palácio do Planalto é de que algum tipo de compromisso possa ser anunciado durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos Estados Unidos, a partir desta quinta-feira. Entretanto, não há uma garantia disso, devido a detalhes técnicos sobre como funcionaria a participação americana.

As negociações nas próximas horas e a conversa entre Lula e o presidente americano, Joe Biden, na sexta-feira serão fundamentais.

A delegação brasileira ainda conta com a ministra de Meio Ambiente, Marina Silva, que busca recursos, com parceiros em diferentes capitais, para permitir reconstruir órgãos do Estado para o combate ao crime ambiental e a luta contra o desmatamento.

Depois de conseguir recursos novos da Noruega e mais de R$ 1 bilhão da Alemanha, a meta é a de sair com um compromisso dos EUA. Já os diplomatas americanos sinalizaram aos brasileiros que buscam uma forma de fazer algum tipo de anúncio durante a passagem de Lula por Washington.

Tanto para Biden como para Lula, o acordo seria demonstração clara da inauguração de uma nova etapa da relação entre os dois países.

Os obstáculos para o acordo

Diplomatas em Washington explicaram ao UOL que já existe um entendimento político de que essa ajuda americana vai acontecer. Agora, porém, a questão é encontrar um acordo sobre como ocorrerá a gestão desse envolvimento.

No Ministério do Meio Ambiente, fontes do mais alto escalão indicaram que os americanos explicaram que têm dificuldades em fazer parte de um fundo já criado e liderado por outros governos. No caso, o Fundo Amazônia foi estabelecido pelas autoridades da Noruega, há mais de uma década. As regras, portanto, foram estabelecidas entre os europeus e os brasileiros.

Outro obstáculo é a gestão dos recursos. Pelo acordo com Oslo, quem administra os fundos é o BNDES, sem a participação de governos ou autoridades estrangeiras. Para os americanos, isso pode representar um problema.

Uma solução seria a criação de um mecanismo paralelo para permitir que recursos sejam disponibilizados ao Brasil, sem os entraves legais e políticos da participação americana em outros instrumentos de financiamento.

Mudanças em relação ao governo Bolsonaro

Do lado do Brasil, Lula vai insistir com Biden que houve não apenas um abandono do negacionismo climático que marcou a gestão de Jair Bolsonaro. Mas também uma mudança real da postura das autoridades, com ações para a expulsão de garimpeiros das terras indígenas, a ação do estado e o início da reconstrução dos órgãos desmontados nos últimos quatro anos.