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OMS se reúne para decidir possível fim da emergência da covid-19
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A OMS (Organização Mundial da Saúde) se reúne nesta quinta-feira em Genebra para decidir se a covid-19 ainda é uma pandemia. Mas especialistas e mesmo membros da entidade alertam que, seja qual for a decisão, o vírus não irá desaparecer e que governos e sociedades terão de conviver com a nova doença que matou milhões de pessoas pelo mundo, desde 2020.
A OMS já deixou claro que não há ainda uma previsão sobre quando o anúncio da decisão do comitê seria feito. Tradicionalmente, a agência revela o conteúdo das deliberações dois ou três dias após a conclusão das discussões.
O encontro dos especialistas foi o mesmo que, no final de janeiro de 2020, decretou a emergência global. Hoje, muitos deles admitem que aquela decisão não mobilizou inicialmente os governos.
No começo do ano, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, afirmou que esperava que o fim da emergência pudesse ser anunciado em 2023. A declaração significaria que a covid-19 não seria mais uma ameaça internacional.
Um dos critérios avaliados nesta quinta-feira deverá ser a capacidade de controlar o número de mortes. Ainda que muitas medidas de proteção tenham sido abandonadas por dezenas de governos, a OMS insiste que milhares de pessoas ainda morrem todas as semanas no mundo por conta da covid-19. No auge da crise, mais de 50 mil pessoas perdiam a vida a cada sete dias.
Globalmente, quase 2,8 milhões de novos casos e mais de 16.000 mortes foram notificados nos últimos 28 dias (27 de março a 23 de abril de 2023), uma redução de 23% e 36%, respectivamente, em comparação com os 28 dias anteriores.
Ao contrário da tendência geral, aumentos nos casos notificados e nas mortes continuaram a ser observados nas regiões do Sudeste Asiático e do Mediterrâneo Oriental e em vários países individuais em outros lugares.
Até 23 de abril de 2023, a covid-19 tinha contaminado oficialmente mais de 764 milhões de pessoas, com 6,9 milhões de mortes.
Apesar da esperança da OMS, a entidade deixa claro que o vírus "não vai sumir". Segundo Tedros, governos terão de aprender a conviver com a doença. "O vírus chegou para ficar. A questão é como vamos administrá-lo. Temos os instrumentos e conhecemos ele melhor. Mas também temos uma maior imunidade populacional, seja pela vacina ou por contaminação", disse o diretor da agência.
"Está em nossas mãos acabar com a pandemia", afirmou. Para ele, o mundo deve focar nos grupos mais vulneráveis, principalmente idosos.
Número mais baixo desde março de 2020
Ao abrir o encontro nesta quinta-feira, Tedros afirmou que é "muito bom ver que a tendência de queda (de casos) continua". "Em cada uma das últimas 10 semanas, o número de mortes registradas semanalmente foi o menor desde março de 2020", comemorou.
"Essa tendência sustentada permitiu que a vida voltasse ao "normal" na maioria dos países e aumentou a capacidade dos sistemas de saúde de lidar com possíveis ressurgimentos e com o ônus da condição pós-covid-19", disse.
"Ao mesmo tempo, persistem algumas incertezas críticas sobre a evolução do vírus, o que dificulta a previsão da dinâmica ou sazonalidade da transmissão futura. A vigilância e o sequenciamento genético diminuíram significativamente em todo o mundo, tornando mais difícil rastrear variantes conhecidas e detectar novas variantes", alertou.
Segundo ele, as desigualdades no acesso a intervenções que salvam vidas também continuam a colocar milhões de pessoas em todo o mundo em risco desnecessário, principalmente as mais vulneráveis.
"E a fadiga da pandemia ameaça a todos nós. Todos nós estamos doentes e cansados dessa pandemia e queremos deixá-la para trás", afirmou. "Mas esse vírus veio para ficar, e todos os países precisarão aprender a gerenciá-lo juntamente com outras doenças infecciosas", completou.
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