Milei se aproxima da Otan e entra para grupo que fornece armas para Ucrânia
O governo argentino de Javier Milei passou a fazer parte do grupo de países que prestam ajuda militar para a Ucrânia, se aproximando da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). O líder argentino também aderiu à aliança que se mobiliza por recuperar crianças ucranianas sequestradas pelos russos e, em troca, recebeu uma condecoração do presidente Volodymyr Zelensky.
O gesto chamou a atenção dentro do Itamaraty e foi recebido como um sinal de que a relação geoestratégica entre Brasil e Argentina poderá enfrentar um sério desafio nos próximos anos.
Neste fim de semana, Milei ainda participou da cúpula organizada pelos suíços para buscar um plano de paz para a guerra. Mas, sem a presença da Rússia, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva optou por não mandar uma delegação de alto nível. A China tampouco esteve presente.
Por enquanto, o governo argentino vem intensificando o envio de ajuda humanitária para a Ucrânia. Mas, para as autoridades de Buenos Aires, o gesto aproxima Milei a um alinhamento tanto com os EUA como com a Otan. Não se descarta, porém, que os argentinos atuem na capacitação militar dos soldados ucranianos.
Na sexta-feira, o governo argentino participou pela primeira vez da reunião do Grupo de Defesa da Ucrânia, com cerca de 57 membros. Desde 2022, a aliança conhecido como Grupo Ramstein já destinou mais de US$ 50 bilhões em ajuda militar aos ucranianos.
A esperança de Buenos Aires é que, ao fazer parte do bloco, o governo Milei consiga uma relação positiva tanto com o bloco europeu como com os americanos. Também se espera que isso signifique que, no futuro, a Argentina tenha acesso à tecnologia militar.
Ao discursar durante a primeira reunião do Grupo Ramstein, o ministro da Defesa da Argentina, Luis Petri, afirmou que "está comprometido em trabalhar em estreita colaboração com nossos parceiros internacionais para alcançar nossos objetivos comuns de paz e estabilidade".
Ele ainda encerrou sua fala citando John Kennedy. "Aqueles que buscam o poder montados nas costas de um tigre acabam dentro dele", disse. "Não podemos permitir que a tirania prevaleça, não podemos ficar indiferentes ao sofrimento de nossos irmãos na Ucrânia. Vamos lutar por um mundo livre, é uma luta da qual jamais nos arrependeremos", completou.
Já na cúpula de chefes de estado, Milei disse que "os argentinos estão cientes do valor da paz e da coexistência democrática como princípios orientadores da sociedade".
Zelensky, diante da adesão da Argentina e grupos de apoio aos ucranianos, condecorou Milei com a Ordem da Liberdade, uma medalha concedida por "méritos especiais no fortalecimento da soberania e da independência da Ucrânia".
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