Jamil Chade

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Reportagem

Um quarto do Líbano está sob ordens de evacuação de Israel

A ofensiva militar de Israel sobre o Líbano obrigou mais de 1,2 milhão de pessoas a se deslocarem de suas casas e cidades. Dados publicados nesta terça-feira pela ONU revelam que um quarto do país está, hoje, sob ordens de evacuação por parte dos militares israelenses.

O governo de Benjamin Netanyahu alega que a ofensiva tem tido, como objetivo, desmantelar posições do Hezbollah, principalmente no sul do território libanês.

Segundo Rema Jamous Imseis, diretora regional do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, "a escalada do conflito e a intensificação dos ataques aéreos israelenses no Líbano estão causando um impacto cada vez mais devastador sobre os civis do país, fazendo com que mais pessoas fujam para a Síria".

"Mais pessoas estão sendo deslocadas no Líbano todos os dias", disse.

Na segunda-feira, 20 vilarejos no sul do Líbano receberam ordens de evacuação. "Um quarto do Líbano está agora sob ordens de evacuação militar israelense", afirmou. "Atendendo às ordens, muitas famílias estão fugindo para espaços públicos abertos, desesperadas para escapar das bombas, mas com dificuldades para encontrar abrigo. O governo do Líbano estima que 1,2 milhão de pessoas tenham sido deslocadas", constatou.

Crise obriga refugiados sírios a buscar novo refúgio, desta vez na Síria

A ONU também alerta que a crise continua a se espalhar pela Síria. "Os refugiados sírios, que antes buscavam segurança no Líbano, estão mais uma vez fugindo para salvar suas vidas", afirmou Rema.

Em 12 de outubro, mais de 283.000 pessoas haviam atravessado do Líbano, 70% sírios e o restante libaneses e alguns outros cidadãos.

Na principal passagem de fronteira de Masnaa e daidet Yabous, as pessoas são forçadas a atravessar a pé depois de uma greve na semana passada.

"Muitos sírios estão retornando aos locais de onde fugiram há anos, sem saber o que encontrarão e com recursos escassos", explicou Rema.

"Nos locais onde suas casas foram destruídas, os sírios estão sendo abrigados por parentes ou amigos, que também estão passando por dificuldades. Os libaneses estão se hospedando principalmente com parentes ou famílias sírias generosas, com um pequeno número em centros de hospedagem", contou.

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Atualmente, há mais de 25 centros de hospedagem nas províncias de Damasco, Damasco Rural, Homs, Hama, Idleb, Tartous e Latakia, com uma capacidade coletiva de 10.000 pessoas.

"Esse fluxo está ocorrendo em meio à crise humanitária existente na Síria. Milhões de pessoas na Síria ainda estão deslocadas, e 90% da população precisa de assistência humanitária", disse Rema.

Enquanto isso, no sul do Líbano, os trabalhadores humanitários enfrentam dificuldades para chegar às populações afetadas devido aos pesados ataques aéreos em andamento.

Atualmente, há 1.059 abrigos coletivos designados pelo governo no país, que abrigam mais de 188.146 pessoas. Desses, 876 abrigos atingiram a capacidade máxima.

Os bombardeios pesados também tiveram um impacto devastador nos serviços públicos e na infraestrutura. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, dos 207 centros de atendimento primário de saúde em áreas de conflito, 100 estão fechados devido à escalada da violência.

Mais de 11.000 libaneses chegaram ao Iraque desde a escalada das hostilidades no Líbano através de vários pontos, incluindo a passagem de fronteira de Al-Qaim (6.925 pessoas) e os aeroportos de Bagdá e Najaf.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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