Kamala faz ato onde Trump incitou invasão no mesmo dia que Bannon é solto
Kamala Harris voltará, nesta terça-feira, ao mesmo local em Washington DC onde o ex-presidente Donald Trump incitou uma multidão a invadir o Capitólio em 6 de janeiro de 2021. A candidata democrata usará seu discurso final num comício de grande proporções, faltando sete dias para a eleição, para alertar que o republicano é uma ameaça à democracia.
O ato, considerado como simbólico e chave, ocorre no mesmo dia em que Steve Bannon, ex-estrategista de Trump, é solto da prisão. Ele estava preso por quatro meses por se recusar a cooperar com as investigação do Congresso Americano sobre os acontecimentos em 6 de janeiro de 2021.
Kamala, portanto, decidiu concentrar sua mensagem no risco de que a história possa se repetir, enquanto vê Trump tecnicamente empatado com ela. Nos últimos dias, ele passou a chama-lo de "fascista", enquanto seus aliados traçaram semelhanças entre Trump e atos nazistas, nos EUA, nos anos 30.
No Ellipse, local do comício desta noite, os democratas vão ainda insistir no fato de que Trump ainda não se comprometeu a aceitar os resultados da eleição de 2024. Repetindo a receita da extrema direita em outros lugares do mundo - inclusive no Brasil - o republicano alerta que apenas acatará um resultado que seja "livre e justo".
Em 2020, ele adotou a mesma tática e difundiu teorias conspiratórias de que Joe Biden não teria vencido. Um risco é de que, desta vez, Trump corra para declarar uma vitória prematuramente, como fez em 2020.
Estudos realizados nos últimos dias revelaram que Trump usou suas redes sociais para promover 330 teorias da conspiração, enquanto replicou outras 145.
Não por acaso, Kamala Harris retoma seu papel de procuradora para, no ato na capital americana, apontar Trump como um risco para o futuro democrático dos EUA.
Bannon é solto
O temor de uma guerra de desinformação aumentou diante do anúncio, por parte da Justiça americana, da liberação de Bannon, que esteve preso por quatro meses. Ícone da extrema direita e próximo da família Bolsonaro, o ex-assistente de Trump tentou articular uma aliança global dos movimentos ultraconservadores.
No caso dos ataques de 8 de janeiro de 2023, no Brasil, ele aplaudiu a atitude dos responsáveis por invadir o Congresso.
O estrategista deve retomar seu programa diário, o "War Room", conhecido por ser um palanque de teorias conspiratórias.
"Não há nada que possa me calar e nada que me calará", disse Bannon, quando foi preso. "Não há uma prisão construída ou uma cadeia construída que possa me calar", insistiu.
Quando começou a cumprir sua pena em julho, Bannon se autodenominou um "prisioneiro político".
"Tenho orgulho de ir para a prisão", disse ele na época. Ele, porém, terá de responder a outros julgamentos. Bannon foi acusado de enganar doadores que destinaram dinheiro para ajudar a construir o muro que Trump prometeu ao longo da fronteira entre os EUA e o México.
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