Jamil Chade

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Reportagem

Brasil usa G20 para reconstruir pactos internacionais na Saúde pós covid


O governo brasileiro usa a presidência do G20 para tentar dar uma resposta à crise política gerada pela covid-19, estabelecendo acordos e entendimentos que permitam reconstruir a confiança internacional e as instituições multilaterais, abaladas pela pandemia.

Nesta quinta-feira, a reunião de ministros da Saúde do G20 marca o fim de um ano de trabalho nesse setor, com o compromisso dos governos de criar alianças para a produção local de vacinas e pesquisa, além de outras iniciativas.

Ao discursar na abertura dos trabalhos, a ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, deixou claro que a pandemia havia abalado a relação entre os países.

"O nacionalismo em matéria de saúde levou à tomada de decisões unilaterais com efeitos excludentes na área internacional, que acarretaram a concentração de contramedidas médicas em poucos países em prejuízo de tantos outros", afirmou.

"Reconstruir a confiança no multilateralismo da saúde passou a ser um imperativo político para o funcionamento adequado da comunidade internacional", disse.

Para ela, essa foi a principal missão da presidência do G20: "impulsionar o multilateralismo em saúde; formular e impulsionar iniciativas concretas e viáveis de cooperação que sejam de benefício para nossas populações".

Entre as iniciativas apoiadas pelo G20 está a continuidade do funcionamento do Fundo para Pandemias e a Rodada de Investimento da OMS.

Ela ainda indicou que o G20 impulsionou a implementação da Iniciativa Global de Saúde Digital da OMS, em especial para atender às necessidades dos países em desenvolvimento. "Elevamos a visibilidade da sensível questão da força de trabalho em saúde, tanto em sua dimensão de formação como de mobilidade, e convergimos na importância da implementação do Guia de Conduta da OMS", disse.

Outras iniciativas incluem o aprofundamento da discussão sobre a resistência antimicrobiana e a criação de redes internacionais de pesquisa para avançar na luta contra a Covid longa.

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"Assentamos as bases para o lançamento da Coalizão para a Produção Local, a Inovação e o Acesso Equitativo", disse. Para ela, trata-se da contribuição que o setor saúde poderá dar para o sucesso da Aliança contra a Fome, a Pobreza e a Desigualdade, que será lançada na cúpula do G20, no final do mês. "Entendemos que não há redução da pobreza e da desigualdade sem a correspondente garantia de acesso à saúde. Por isso mesmo colocamos no centro da atuação da Coalizão a luta contra doenças negligenciadas e o atendimento a populações vulneráveis", disse.

O posicionamento estratégico do governo brasileiro é o de colocar a questão da saúde como parte da política externa.

"No mundo que emerge da Covid-19, a cooperação internacional em matéria de saúde é um elemento chave tanto para determinar o futuro da comunidade internacional", disse a ministra.

"Todos teremos pela frente a Doença X, mas nem de longe só ela. Temas como vigilância sanitária, pesquisa e desenvolvimento, produção de medicamentos e vacinas, saúde digital, força de trabalho em saúde, financiamento em saúde, são hoje, muito mais do que antes, temas de interesse e de impacto internacional", alertou.

Reportagem

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2 comentários

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Cesar Augusto Veiga de Mello

COVID, farsa mundial e ferramenta de corrupção dos governos, vide casos no Brasil.

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Andre.Guerrero

Cara Nísia. Uma vergonha o país não ter adquirido vacinas para covid em 2.023. Uma vergonha ter demorado tanto para adquirir em 2.024 e não ter realizado uma campanha adequada. Uma vergonha ter coragem de aplicar vacinas vencidas. Du próprio acabei recebendo,  por falta dd opção.  Se o governo não consegue organizar, porque não liberar para que as pessoas que queiram receber a vacina tomem em laboratórios,  farmácias ou clínicas  particulares? E agora continuamos novamente sem vacinas disponíveis contra a covid. Quem não consegue organizar a própria casa agora vai querer organizar o mundo???

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