Trump inicia tarifaço com taxas em carros e autopeças; Brasil será afetado
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O presidente americano, Donald Trump, iniciou sua ofensiva protecionista com a confirmação de que carros importados passarão a sofrer taxas de 25% a partir de 3 de abril. Já as autopeças serão taxadas a partir de 3 de maio. A medida pode acabar afetando as exportações do Brasil, principalmente no setor de autopeças.
Um pacote completo das tarifas de Trump será anunciado ainda hoje pelo presidente dos EUA.
A iniciativa no setor de veículos já tinha sido revelada pela Casa Branca, causando temor das montadoras e críticas de que os carros ficariam mais caros. Mas existiam dúvidas se haveria espaço para uma negociação, o que foi negado pela Casa Branca nesta quarta-feira. Um pedido oficial foi feito ao Registro Federal, o que marca o início do procedimento de aplicação de uma nova lei ou decreto.
Pelas novas regras que entram em vigor no dia 3 de abril, carros importados pagarão uma taxa de 25% para entrar no mercado americano. Hoje, a taxa é de 2,5%.
México é o maior fornecedor de carros aos EUA, seguido pela Coreia do Sul, Japão, Canadá e Alemanha. Por conta dos acordos de livre comércio, muitas montadoras americanas tinham espalhado sua produção pelo território mexicano e canadense nos últimos anos. Não por acaso, as ações da General Motors terminaram o dia em queda de 3%.
A estimativa do governo Trump é de que os EUA vão ter uma receita de US$ 100 bilhões apenas com as taxas coletadas a partir das novas tarifas. Durante a assinatura da ordem executiva que aplica a nova tarifa, Trump interrompeu seu assessor para dizer que a receita das tarifas vai subir de US$ 600 bilhões para US$ 1 trilhão, sem explicar como chegou a essa conclusão.
Um estudo realizado pelo Departamento de Comércio alertou que, de fato, a participação americana na produção global de automóveis diminuiu vertiginosamente, caindo de 26% em 1985 para apenas 12% em 2017. Hoje, a Casa Branca descreve a situação como um risco para a segurança nacional.
Em 2023, a China se transformou ainda no maior exportador de carros do mundo e, em 2024, seu mercado movimentou 22 milhões de unidades, contra 15 milhões de veículos comprados pelos americanos.
Brasil pode ser afetado: mercado americano é 2º maior destino de peças
Já os exportadores brasileiros podem ser afetados também. A partir de 3 de maio, as taxas incluem as autopeças. Em 2024, o Brasil exportou US$ 1,3 bilhão em autopeças aos EUA, 17% de toda a venda ao exterior feita pelo país.
O mercado americano é o segundo maior destino de autopeças nacionais.
Na ordem executiva, o governo dos EUA anunciou que ainda vai rever a lista de peças que poderão ser atingidas e incluídas na lista dos bens sobretaxados.
No caso de veículos, o Brasil exportou cerca de US$ 242 milhões aos EUA no ano passado. Mas quase a integralidade das vendas era composta por caminhões. Carros leves se limitam a US$ 6 milhões por ano.
67 comentários
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Vivendi
E o G A D O ruim fazendo a todo momento genuflexão a Trump.
Marcos Montanheiro
Segundo o atual desgoverno, tudo se resolve em uma mesa de bar.
Luis Alberto de Araujo Ramos
Lá vem Trump, o alaranjado imortal, com tarifa na mão e ego colossal. Assina o tarifaço sem dó nem fronteira, vira o mundo num ringue de feira. Diplomacia? Só no grito e no embate, faz do comércio um velho combate. "América First!", berra sem noção, mas entende de economia… igual gestão de mansão. Já quebrou cassino, avião e revista, mas acha que o planeta é sua planilha fictícia. Comanda os EUA como hotel à beira do fim, com tweet no lugar de plano e meme no LinkedIn. Impõe no aço, no chip e no feijão, tarifa no mate, no vinho e no pão. E se o país reclamar da taxação errada, ele bloqueia no X e chama de piada. É guerra comercial com cara de stand-up, onde o humor é grosso e o mundo leva tapa. Rei da mídia, do caos e da cafonice, transforma tratado em marketing de burrice. E o planeta assiste, sem plano nem mapa, vendo o show do laranja que nunca se tapa. Enquanto ele surta com tom de patrão, os EUA viram empresa… prestes à liquidação.