Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Imóveis dos Bolsonaro batem recorde no WhatsApp após censura
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
As menções ao patrimônio imobiliário da família Bolsonaro dispararam no WhatsApp após um desembargador do TJ-DFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios) censurar duas reportagens do UOL que revelaram que 51 imóveis do clã foram comprados com dinheiro vivo nos últimos 30 anos.
O UOL cumpriu a decisão do TJ-DFT e entrou com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal). À noite, o ministro André Mendonça —sorteado como relator do caso—, derrubou a liminar, liberou as reportagens censuradas e disse que o cerceamento a esse livre exercício, sob a modalidade de censura, a qualquer pretexto ou por melhores que sejam as intenções, não encontra guarida na Constituição Federal.
Nesta sexta-feira (23), as citações aos imóveis e ao caso foram 2,6 vezes mais volumosas do que quando a primeira das reportagens agora censuradas foi ao ar, em 30 de agosto - ou em qualquer outra data desde então. Os dados foram compilados pela plataforma Palver, que monitora 14 mil grupos públicos de WhatsApp para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo a advogada Mônica Filgueiras Galvão, "a decisão (do TJ-DFT) viola precedentes estabelecidos no sistema jurídico brasileiro e pretende retirar do debate público, às vésperas da eleição, informações relevantes sobre o patrimônio de agentes públicos".
A censura das reportagens transformou os imóveis comprados com dinheiro vivo pelo clã no assunto mais negativo para Bolsonaro nos últimos meses, segundo a Palver. Nem os ataques de Jair Bolsonaro a jornalistas como Vera Magalhães e Amanda Klein, nem quando o presidente agarrou um "influencer" e tentou tomar seu celular após ser chamado de "Tchutchuca do Centrão", nem as críticas ao sistema eletrônico de votação: nada despertou tantos comentários como os imóveis comprados em dinheiro vivo. Mas o recorde só foi batido após a censura ressuscitar o tema.
Em comparação aos dias imediatamente anteriores à decisão do magistrado, o aumento no volume de citações ao caso no WhatsApp foi de quatro vezes.
As citações se dividem entre a notícia da censura em si, comentários de pessoas que criticam ou que apoiam a decisão do desembargador, mas também abordam a compra das casas, prédios e terrenos com dinheiro vivo.
Entre as mensagens mais compartilhadas estão as que reproduzem imagens e vídeos críticos a Bolsonaro. A de maior sucesso diz:
"Seja Esperto - Inscrições abertas para o curso de como comprar 51 imóveis em dinheiro vivo sem deixar pistas", ilustrada por uma foto de Bolsonaro e seus filhos.
Entre os vídeos mais vistos no WhatsApp nesta sexta-feira está uma propaganda feita pela campanha de Lula com críticas a Bolsonaro na qual os 51 imóveis são citados.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.