Ipec mostra que confiança nas escolas públicas sobe, e no presidente, cai
O Índice de Confiança nas Instituições cresceu pelo segundo ano seguido, mantendo a tendência de recuperação do desgaste sofrido durante a segunda metade do governo Bolsonaro no pós-pandemia. A confiança no conjunto das instituições sociais, políticas e de estado caiu de 59 em 2020 para 56 em 2021 e 2022. Subiu para 58 no ano passado e voltou agora a 59, no segundo ano do governo Lula. Os resultados refletem a opinião da população brasileira.
A pesquisa é feita anualmente pelo Ipec (ex-Ibope) desde 2009 e mede a confiança em 20 instituições: do corpo de bombeiros (índice 87, num máximo de 100) aos partidos políticos (índice 33), passando por escolas públicas (70), igrejas (69), forças armadas (68), meios de comunicação 58) e justiça (55).
De 2023 para 2024, os maiores crescimentos da confiança foram nas escolas públicas (+3 pontos), Ministério Público (+3), na Justiça (+2) e nas Forças Armadas (+2). Outras sete instituições ganharam +1 ponto nesse período: sistema eleitoral, governo municipal, sistema de saúde pública, bancos, empresas, polícia e Polícia Federal.
Já a confiança no presidente foi a que mais caiu este ano: -3 pontos. Porém, quando se compara a média dos dois primeiros anos do terceiro mandato de Lula com os dois últimos anos de Bolsonaro no mesmo cargo, ainda se vê um crescimento de +12 pontos da confiança na instituição Presidência da República.
Tudo depende do termo de comparação: Lula 3 x Lula 2 revela uma perda de 19 pontos da confiança no presidente entre o final do seu segundo mandato e o começo do terceiro. Mas qual o significado disso tudo sobre as chances de reeleição de Lula, ou de o presidente conseguir fazer seu sucessor?
Lula começou sua gestão um pouco melhor do que Bolsonaro: +1,5 ponto a mais na média da confiança da população, se compararmos os dois primeiros anos de governo de ambos os presidentes. Mas Bolsonaro despencou no terceiro ano (de 46 para 32 pontos) e não conseguiu se recuperar o suficiente no último ano (foi de 32 para 41) para conseguir se reeleger.
Logo, o futuro político-eleitoral de Lula dependerá de 2025. Se conseguir evitar nova perda de confiança, como ocorreu este ano, aumentará significativamente a chances de entrar no ano final do terceiro mandato não apenas acelerando, mas partindo de um patamar mais elevado.
Caso contrário, se sofrer nova queda em 2025, poderá ter o mesmo problema de Bolsonaro: sair de um vale tão fundo de confiabilidade que é muito mais difícil para ele alcançar um grau de confiança que o torno "elegível" em 2026.
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