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Sem pressão de Lira, governo privilegia emendas do PT e aliados

Pressionado por Arthur Lira, o governo Lula correu para liberar R$ 35,6 bilhões em emendas de deputados e senadores ao orçamento até 6 de julho. Era a data limite definida em lei para destinação de verbas federais para prefeituras e governos estaduais antes das eleições de outubro. Liberou 73% das emendas do ano em apenas seis meses. Passada a pressão de Lira, chegou a vez dos aliados do governo.

Ao longo de toda segunda metade do primeiro semestre, tinha uma pressão, uma data limite pro governo liberar emendas parlamentares para gastos eletivos, não obrigatório, de envio de dinheiro para estados, e principalmente municípios. Essa data era 6 de julho. O Arthur Lira criou várias crises artificiais, pautas bombas que não existiam, só para forçar o governo a acelerar a liberação desta grana. E foi muito bem-sucedido. José Roberto de Toledo, colunista do UOL

Desde o dia 6 de julho, apesar dessa restrição da lei de não poder mandar dinheiro para estados e municípios que sejam voluntários, ainda tem uma parcela que pode mandar que são gastos obrigatórios. E desde o dia 6, o governo já liberou R$ 627 milhões em emendas parlamentares. Não é nada desprezível. É um valor bastante significativo.José Roberto de Toledo, colunista do UOL

Boa parte desse dinheiro saiu via Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado, comandada por um senador governista, Marcelo Castro, do MDB do Piauí. O órgão federal que mais teve emendas liberadas foi o Ministério do Desenvolvimento e Integração Regional, comandado por Waldez Góes, do PDT, um partido aliado de Lula.

Já os partidos mais contemplados foram o PT e aliados, de fato, como PSOL (que tinha tido pouca verba distribuída), o PDT, Cidadania eventualmente. Até 6 de julho, quem mandou no orçamento chama-se Arthur Lira e Alcolumbre, presidente "fantasma" do Senado. E do dia 6 pra cá, é o que o governo gostaria de liberar as emendas, de quem de fato apoia no Congresso. Esse é o governo Lula, começou do dia 6 de julho pra cá. José Roberto de Toledo, colunista do UOL

Para Toledo, isso mostra a disparidade de forças entre Lira e Lula, já que antes do dia 6 de julho, o governo liberou R$ 36 bilhões em emendas, contemplando partidos da oposição.

É o cachorro mordendo o homem. É tão exceção comparar R$ 627 milhões com R$ 36 bilhões, a gente vê a proporção da força do Lira e do governo. José Roberto de Toledo, colunista do UOL

O Análise da Notícia vai ao ar às terças e quartas, às 13h e às 14h30.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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