É cada vez mais essencial escolas controlarem o acesso à internet e celular
O colunista José Roberto de Toledo disse no Análise da Notícia desta terça (6) que é cada vez mais essencial as escolas controlarem o acesso à internet e celular. Toledo opinou com base no resultado da pesquisa TIC Educação 2023, lançada hoje pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), que trouxe dados sobre a restrição do uso do celular e do wi-fi nas escolas de ensino fundamental e médio do país.
A pesquisa relevou que:
Em 64% das escolas os alunos podem usar o celular apenas em determinados espaços e horários
28% das instituições de ensino proíbem o uso do dispositivo pelos estudantes
Nas instituições de ensino que atendem os alunos mais novos, até os anos iniciais do ensino fundamental, a proporção de escolas que proíbem o uso do celular passou dos 32% em 2020, para 43%, em 2023
Já nos cursos dos anos finais do ensino fundamental a porcentagem subiu de 10% para 21% entre 2020 e 2023
8% das instituições do ensino médio proíbem o uso do smartphone na escola
Para Toledo, os dados revelam uma aparente contradição já que, ao mesmo tempo que há um esforço para aumentar o acesso à internet, o excesso de acesso pode causar a perda da atenção dos alunos provocada justamente pelo uso da tecnologia.
A gente está vivendo nas escolas brasileiras essa aparente contradição, não chega a ser exatamente uma contradição, é claro que todas as escolas precisam ter acesso ao mundo do conhecimento, vetar o acesso da escola à internet seria mesma coisa que proibir distribuição de livro, o acesso ao conhecimento, o problema é que a gente sabe que as redes antissociais espalham notícias falsas, teorias da conspiração, desinformação e também os alunos têm uma tentação de perderem, desviarem a sua atenção do aprendizado para outras coisas.José Roberto de Toledo, colunista do UOL
Enquanto a gente ainda está num esforço para levar o acesso à internet a todas as escolas do Brasil, e isso ainda é mais deficiente nessas escolas pequenas, do interior, das áreas rurais, da rede municipal de ensino, a gente já tem que lidar com outro problema que é o oposto, que é o excesso de acesso, que é o excesso de dispersão, de perda de foco, de perda da atenção dos alunos provocada justamente pelo acesso à tecnologia.José Roberto de Toledo, colunista do UOL
Além disso, o levantamento apontou que mais escolas passaram a limitar o uso do Wi-Fi pelos estudantes.
A maioria (58%) das instituições de ensino fundamental e médio tem acesso a esse tipo de rede sem fio com uso de senha.
Em 2023, em 26% destas escolas os alunos podem usar a tecnologia. Queda de 12%, quando na pesquisa de 2020, 35% dos alunos poderiam usar o recurso de rede.
A proporção de escolas que aumentaram a restrição de acesso subiu de 48% em 2020 para 58% em 2023
A maior contradição que eu vejo não é só no celular, mas também aumentou a restrição ao uso do próprio wi-fi da escola. Em 58% das escolas do ensino fundamental em médio, com acesso à internet, claro, o uso do wi-fi é restrito pelo uso de senhas e só 26% das escolas permitem o uso do wi-fi livremente sem nenhum tipo de controle. E houve uma diminuição na proporção das escolas que liberam o wi-fi para os alunos. Era 35% em 2020, caiu para 26% em 2023, uma queda de 9 pontos percentuais.José Roberto de Toledo, colunista do UOL
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Quero receberMesmo problema, né? O acesso ao wi-fi vai restringindo, aí tem que restringir o acesso às redes sociais, o acesso a determinados aplicativos, mas é uma questão que aparentemente teve uma reversão. A primeira tendência foi de abrir e agora a gente tá vendo uma tendência de restringir, reconhecendo que o acesso amplo, geral e irrestrito à internet não é necessariamente uma vantagem, mas pode até ser um problema. José Roberto de Toledo, colunista do UOL
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