Marçal e a autofagia da extrema direita
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A candidatura de Pablo Marçal (PRTB) a prefeito de São Paulo é o mais novo lance da história autofágica da extrema direita no Brasil.
O processo começou em 2016, com João Doria incorporando, com sucesso, o figurino do anti-político e priorizando a comunicação digital com o eleitorado via celular.
Em apenas dois anos, foi engolido por Jair Bolsonaro, que, eleito presidente, logo tratou de antagonizar Doria. Bolsonaro dominou as redes sociais para se comunicar com o público e monopolizar o eleitorado de direita por seis anos.
Agora é a vez de Marçal canibalizar o eleitorado bolsonarista. Não apenas ele aperfeiçoou o método para manipular os algoritmos das redes em seu favor, como subverteu os paradigmas da campanha eleitoral tradicional.
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Tatuando pulmões com fumaça de florestas e canaviais
"Estamos todos fumando florestas, pastos e canaviais": assim o patologista Paulo Saldiva resume o efeito para a saúde humana dos milhões de focos de queimada que enfumaçam a maior parte do Brasil entre junho e outubro. O paralelo não é só uma frase de efeito. É a síntese de um lote de artigos científicos publicados nas mais respeitadas revistas de ciência do mundo, como Lancet e Nature. "O cigarro também é feito de um vegetal", compara.
Saldiva sabe do que fala. Há três décadas ele é professor titular de patologia da Universidade de São Paulo. Dissecou milhares de cobaias e pulmões em buscas de pistas, como um detetive. E fez descobertas fundamentais sobre como a fumaça agrava não apenas doenças respiratórias, mas também doenças cardiovasculares, câncer e até diabetes.
A fumaça é uma assassina sorrateira. Ao agravar doenças, abrevia vidas. Um dos estudos de Saldiva estimou uma sobremortalidade de mais de 130 mil pessoas no Brasil entre 2000 e 2016 apenas por causa da fumaça das queimadas. Mortes que seriam evitáveis se as vítimas não tivessem aspirado a fuligem dos incêndios. As vítimas são principalmente pessoas com mais de 60 anos e crianças até cinco anos, além de quem sofre de asma, bronquite e outras doenças crônicas do aparelho respiratório.
A fumaça dos incêndios florestais não prejudica a saúde apenas devido aos gases tóxicos que carrega. As partículas mais finas em suspensão na pluma que viaja pela atmosfera entram nos pulmões de pessoas que moram perto ou, dependendo dos ventos, a milhares de quilômetros de onde o fogo consumiu a vegetação. Entram fundo e, nas palavras de Saldiva, "tatuam os pulmões" das pessoas e animais. O efeito dessa mancha é cumulativo e, se a dose for muito alta, a tatuagem é indelével. Fica lá para sempre, inflamando os tecidos e abalando a saúde do organismo.
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A hora e a vez de Tabata como antagonista de Marçal
A deputada Tabata Amaral (PSB) encontrou um lugar na disputa pela Prefeitura de São Paulo como antagonista de Pablo Marçal (PRTB). Só ela entre os candidatos decidiu fazer enfrentamento do influenciador, mas o embate entre eles começou bem antes da campanha --e por iniciativa dele.
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Governo baixa a guarda e bancada da bala se reorganiza sob Lula
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OLHAR APURADO
Uma curadoria diária com as opiniões dos colunistas do UOL sobre os principais assuntos do noticiário.
Quero receberO governo federal cedeu às exigências da bancada da bala e deve apresentar um novo decreto, menos restritivo, que regulamenta o acesso às armas de fogo.
Neste acordo, no mínimo polêmico, os novos clubes de tiro não poderão ficar a menos de um quilômetro de escolas. No decreto anterior, nenhum clube de tiro poderia ficar próximo de escolas.
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Podcast A Hora, com José Roberto de Toledo e Thais Bilenky
A Hora é o novo podcast de notícias do UOL com os jornalistas Thais Bilenky e José Roberto de Toledo. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras pela manhã nas plataformas de podcast e, à tarde, no YouTube.
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