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Análise: plano para enfrentar emergências climáticas é chave para o Brasil

O Brasil precisa melhorar a previsão, a comunicação e mudar a cultura sobre o uso do fogo para combater as queimadas pelo país, afirmou o engenheiro florestal Tasso Azevedo em entrevista ao Análise da Notícia.

Eu acho que tem duas coisas essenciais. A primeira é que, para o nível de combate a incêndio que a gente precisa quando tem as situações muito críticas, temos que ter um alarme precoce muito forte. Isso hoje é feito com câmeras com inteligência artificial, então elas ficam girando 360 graus e capturam em dois, três minutos, o fogo inicial. Elas conseguem capturar onde está esse fogo para mandar gente para os locais. Então, se você olhar a área atingida por fogo em São Paulo, você não vai ver o fogo nessas áreas onde estão os plantios florestais, onde seria o mais óbvio de aparecer o fogo de forma estupenda.

A segunda ideia é sinalizar. Como é que você sinaliza? Alerta a população e todo mundo de que tem um risco alto. Você pode fazer isso nas estradas, por que nas estradas? Porque nas estradas é onde as pessoas passam e podem jogar, por exemplo, a bituca de cigarro pelo vidro. Mas a gente tem que usar a mídia também, tem que ter aviso no rádio, na TV, o tempo inteiro, tem um risco, o risco pode estar acontecendo e, de alguma forma, seus alertas serão dados. Tasso Azevedo, engenheiro florestal.

O engenheiro florestal ressaltou a importância de um plano de emergência para agir preventivamente em eventos climáticos extremos.

Nessas condições de mudanças climáticas, a gente precisa voltar a um tema que, inclusive, a ministra Marina Silva propôs no começo do ano, que é você ter uma espécie de plano de emergência climática. Por que isso é chave? Porque, na forma como hoje a gente lida com os eventos climáticos extremos, é que a gente toma a ação, a gente tem os instrumentos para tomar a ação no momento que o evento acontece. Mas, se você estiver na iminência de um evento acontecer, ou de alto risco do evento acontecer, você não tem instrumentos para fazer a preparação adequada.

Então é disso que se trata, é a ideia de que a gente precisa, para eventos extremos climáticos, a gente tem que ter mecanismos que permitam você fazer a ação antes de ter o extremo. Você poder declarar emergência, por exemplo, antes do fato de ter acontecido. Tasso Azevedo, engenheiro florestal.

O Análise da Notícia vai ao ar às terças e quartas, às 13h e às 14h30.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja abaixo o programa na íntegra:

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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