Com arroz e feijão mais baratos, Lula tem chance de melhorar aprovação
O resultado do IPCA de agosto - com queda nos preços dos alimentos e habitação - é uma chance do presidente Lula (PT) melhorar a aprovação do seu governo, afirmou o colunista José Roberto de Toledo no Análise da Notícia desta terça (10).
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, mostra que os preços caíram 0,02% em agosto, segundo dados divulgados nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O grupo alimentação e bebidas registrou queda de 0,44% em agosto, contribuindo para recuo de 0,09 ponto percentual (p.p.) do índice geral. Já em habitação, a baixa foi de 0,51% e redução de 0,08 p.p. Juntos, os dois grupos representam 36,53% do IPCA completo.
Tudo isso vai criando um certo otimismo na população. Basta você ver o que aconteceu no ano passado. O ano passado foi melhor do ponto de vista inflacionário, especialmente da inflação de alimentos, porque a queda da inflação de alimentos começou mais cedo, começou em junho, continuou com deflação, os preços refluindo em julho, agosto, setembro e outubro. Foram cinco meses de queda consecutiva do preço dos alimentos que levaram ao pico de aprovação do governo Lula em setembro de 2023, 56% segundo o IPEC que aprovavam contra 39% que reprovavam.
Então agora a inflação de alimentos, ela só foi cair de junho para julho, caiu bastante, caiu mais até do que ano passado. Foi uma queda mais abrupta e agora caiu de novo em agosto um pouco menos do que tinha caído em agosto do ano passado. Depende de como você faz a conta dá um resultado da outra, se você leva em conta acumulado nos 12 meses a queda é menor porque a queda em agosto do ano passado, por exemplo, tinha sido mais alta, mas o que fica do ponto de vista da opinião pública - em geral - é o que aconteceu mais recentemente a memória.
Toledo destaca se a tendência de queda nos preços dos alimentos seguir até setembro provavelmente a popularidade do presidente Lula vai aumentar.
O preço da alimentação em casa caiu especialmente, caiu 1,5% em julho e 0,73% agora em agosto. Por quê? Porque o arroz caiu, o feijão caiu, a batata caiu bastante, a cebola caiu bastante, o ovo caiu, o frango caiu, tudo isso aumenta o otimismo das pessoas. Então, se continuar essa tendência em setembro, se continuar caindo, eu prevejo que você vai ter talvez, ou provavelmente, um aumento da popularidade do Lula em setembro, que é um mês bom para qualquer presidente, justamente porque nesse período você tem uma deflação de alimentos.
O governo está num bom momento, não tão bom quanto o ano passado, do ponto de vista da inflação de alimentos, mas ainda assim um bom momento. E o que pode atrapalhar? Pode atrapalhar uma eventual crise cambial, ou seja, uma pressão para a desvalorização do real frente ao dólar, que pode tanto vir de fora quanto de dentro. Daí foi bom o Lula ter parado de falar do Roberto Campos Neto, tirou o ibope dele e também tirou a pressão sobre o dólar que vinha desse tipo de declaração. E pode também ter uma crise climática, que a gente está vendo. José Roberto de Toledo, colunista do UOL.
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