Fila das aposentadorias intima Bolsonaro a agir
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Os planejadores econômicos do governo são incapazes de evitar certos problemas. Mas revelam-se geniais na organização de novas confusões. Permitiram que se acumulassem nos escaninhos do INSS 1,99 milhão de pedidos de novas aposentadorias. Alega-se que a reforma previdenciária exige ajustes no sistema. Coisa demorada. No mínimo seis meses.
Não bastasse a agonia da espera, o presidente do INSS, Renato Vieira, passou a soar como se a demora fosse culpa dos candidatos ao pijama: "Não existe como estabelecer um prazo específico, na medida que nós temos variáveis que não dependem apenas do INSS. Existe um fluxo de requerimentos [de aposentadoria] que pode ser maior ou menor a depender da vontade do cidadão. Nós esperamos que nos próximos seis meses a situação esteja absolutamente regularizada."
Há no governo três tipos de pessoas. As que fazem, as que mandam fazer e as que apenas perguntam: o que foi que aconteceu? O secretário especial de Previdência Rogério Marinho deveria ter antevisto a encrenca. Seu superior hierárquico, o ministro da Economia Paulo Guedes, deveria ter ordenado pressa. E Jair Bolsonaro, sempre tão loquaz na defesa dos seus próprios interesses, espanta pelo silêncio.
De volta das férias, Guedes deve conversar com Marinho nesta segunda-feira sobre a encrenca da fila de aposentadorias. O secretário acena com uma resposta até quarta-feira. Bolsonaro faria um bem a si mesmo se esboçasse uma reação —nem que seja uma cara de nojo diante da tergiversação do presidente do INSS.
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