Preso pelo medo do vírus, Lula se isola da verdade
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Solto depois que o Supremo revogou a regra que permitia o encarceramento de condenados em segunda instância, Lula vive uma inusitada prisão domiciliar. Ele havia se transformado numa espécie de turista internacional. Mas foi condenado à reclusão doméstica pelo medo do coronavírus. Além do distanciamento social, isolou-se da verdade.
A propósito da passagem do dia 7 de abril, Lula pendurou-se nas redes sociais para lembrar do momento em que foi preso pela Polícia Federal, há dois anos. Anotou: "Tomei a decisão de me entregar pra provar que o Moro e a força-tarefa da Lava Jato eram mentirosos. Provamos. E vamos provar muita coisa ainda."
Os fatos são outros. Lula entregou-se porque havia contra ele uma ordem de prisão. Se resistisse, seria recolhido à força. Não provou coisa nenhuma. A sentença do caso do tríplex, que o levou à cadeia, já não pertence aos "mentirosos" de Curitiba. Foi confirmada pelo TRF-4 e pelo STJ. Quer dizer: Lula é um corrupto de terceira instância.
Depois que o Supremo livrou da cadeia os larápios de segundo grau, o TRF-4, segunda instância da Lava Jato, grudou na biografia de Lula a condenação no caso do sítio de Atibaia. Ou seja: não fosse pela generosidade da Suprema Corte, o líder máximo do PT estaria no xilindró, não na cobertura de São Bernardo.
Ao eliminar os fatos da memória, Lula talvez obtenha alguma paz de espírito. Mas não consegue apagar o rastro pegajoso que deixou na história. Isolado da verdade, Lula apenas se autocondena ao encarceramento perpétuo dentro de uma farsa.
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