Delação micada deveria devolver Palocci à prisão
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A conclusão da Polícia Federal de que a delação de Antonio Palocci fez água no caso em que ele atribuiu ao banqueiro André Esteves, do BTG, a administração de um caixa milionário de propinas recebidas por Lula precisa produzir consequências: a volta do delatar à cadeia, por exemplo.
Desde o início, o conteúdo da delação de Palocci mostrou-se espetacular. Tão fabuloso que espanta a ausência de resultados. O lixão exposto pelo antigo homem forte do petismo seria suficiente para iniciar uma nova Lava Jato, em versão 2.0.
Entretanto, as únicas consequências obtidas até aqui foram: 1) O aprofundamento da desmoralização do PT; 2) A comprovação de que Palocci é um corrupto confesso; e 3) a constatação de que o larápio usufrui dos benefícios de uma delação pendente de serventia.
A força-tarefa de Curitiba sempre torceu o nariz para a delação de Palocci. Os procuradores da Lava Jato achavam que o companheiro de Lula chovia no molhado. Dizia mais do mesmo. Merecia punição, não premiação. A PF discordou dos procuradores. Com autorização do Supremo Tribunal Federal, colheu os depoimentos de Palocci.
Sabia-se desde o início que a encrenca levaria a um de dois caminhos: ou viria pela frente uma tempestade de gelar os ossos da oligarquia corrupta, com respingos no sistema bancário, ou o delator se desmoralizaria pela ausência de provas.
Na dúvida, Palocci não deveria ter começado a desfrutar das delícias do regime aberto. Se prevalecesse o bom senso, ficaria em cana até que sua "colaboração" resultasse na apresentação de provas compatíveis com a recompensa. Agora, não resta senão anular o prêmio e recalibrar o castigo.
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