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Josias de Souza

Se Brasil tivesse chanceler, ele procuraria Biden

                                JIM WATSON/AFP
Imagem: JIM WATSON/AFP

Colunista do UOL

30/08/2020 06h10

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Jair Bolsonaro já declarou que ama Donald Trump. Em resposta, o presidente americano emite sucessivos sinais de que diplomacia não é coisa para amadores. Baixou decreto reduzindo o limite para a compra de aço produzido no Brasil.

Antes do decreto, o Brasil se equipava para vender aos Estados Unidos no último trimestre de 2020 algo como 350 mil toneladas em aço semiacabado. Com as restrições impostas por Trump, estima-se que serão embarcadas 60 mil toneladas.

Trump anotou no seu decreto: "Estados Unidos e Brasil terão novas negociações em dezembro de 2020 para discutir a situação do comércio de aço entre os dois países à luz das condições de mercado que estiverem prevalecendo naquele momento."

O eleitor americano vai às urnas em novembro. A reeleição de Trump deixou de ser um passeio. Ou seja: a negociação de dezembro sobre aço pode ser travada com outro interlocutor.

Se o governo brasileiro tivesse um chanceler, ele já estaria negociando uma aproximação com Joe Biden, o rival democrata de Trump. Em política externa, nada interessa senão o interesse nacional. Amor é para amadores.