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Máscara vai virar peça da propaganda de Doria
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Operadores do projeto presidencial do tucano João Doria encomendaram pesquisas para identificar as causas dos índices de rejeição atribuídos ao candidato. Verificaram que dois fatores contribuem decisivamente para o fenômeno: o perfil elitista do candidato e a associação direta da sua imagem com as medidas restritivas adotadas pelo governo de São Paulo durante a pandemia.
Às voltas com a necessidade legal de trocar o Palácio dos Bandeirantes pelo palanque até o dia 2 de abril, Doria preocupa-se em imprimir suas digitais nos decretos que flexibilizam as regras sanitárias. Providências como o fim da proibição do uso de máscaras no estado —primeiro em locais públicos, depois em ambientes fechados— serão convertidas em peças de propaganda do PSDB na TV.
O partido exibirá em horário nobre, entre 26 de abril e 10 de maio, filmetes de 30 segundos. A exemplo do que decidiram fazer todas as legendas que dispõem de presidenciáveis, as peças nacionais serão colocadas a serviço do candidato.
Ironicamente, as pesquisas do tucanato qualificaram a pontaria de Bolsonaro. O elitismo e a pandemia são os dois motes mais usados pelo bolsonarismo para bombardear Doria. Nas redes sociais bolsonaristas, o candidato tucano é chamado de "calcinha apertada". Nos pronunciamentos de Bolsonaro, Doria é incluído no rol de governadores que ele acusa de ter envenenado a economia com o que convencionou chamar de "política do fica em casa".
Segundo o Datafolha mais recente, de dezembro, 34% dos eleitores declaram que jamais votariam em Doria. Para destrinchar esse nicho do eleitorado, os operadores do candidato realizam pesquisas quantitativas e qualitativas. As primeiras servem para detectar o movimento da manada. As segundas permitem entrar na cabeça do eleitor.
As qualitativas são feitas a partir de reuniões de grupos de eleitores em salas fechadas. Espremendo-se os grupos, descobre-se em minúcias o que pensam a respeito dos candidatos. Na prática, as opiniões dos eleitores são recolhidas, embrulhadas para presente e, depois, devolvidas ao dono na forma de comerciais.
Mal comparando, e a mesma tática utilizada por grandes empresas. Antes de jogar um produto no mercado, elas testam o gosto do consumidor. A diferença é que um sabonete ruim pode ser trocado por outro. Já um candidato defeituoso, se for eleito, terá de ser consumido por quatro anos.
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