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Josias de Souza

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Bolsonaro e Lula se igualam ao tomar a mesma rota de fuga do debate em pool

Colunista do UOL

12/08/2022 18h48

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Convidado a participar de uma dezena de debates, Lula exigiu que as empresas de comunicação se reunissem para realizar eventos conjuntos. Bolsonaro declarou que iria aos debates se o seu principal antagonista também fosse. Era lorota. O consórcio de veículos de imprensa formado por Folha, UOL, g1, Estadão, Globo e Valor realizaria no domingo, 14 de agosto, o primeiro debate presidencial de 2022 no formato de pool. Lula e Bolsonaro bateram em retirada, forçando o cancelamento do evento.

Em eleições passadas, os debates eram necessários. Em 2022, tornaram-se imprescindíveis. O país vive a sua mais importante e conturbada eleição presidencial desde a redemocratização. E os dois principais contendores —um ex-presidente que reivindica o terceiro mandato e um presidente que pleiteia a reeleição— sonegam aos eleitorado a exposição de duas horas de questionamentos sobre suas lacunas e contradições.

Nos palanques e nas redes sociais, Lula chama Bolsonaro de golpista e genocida. É chamado pelo rival de bêbado e ladrão. Podendo desfrutar do privilégio de um confronto direto, os dois se igualam ao tomar a rota de fuga.

Lula teve o pedido de formação de pools atendido. Deve explicações. Bolsonaro disse em sua live da noite de quinta-feira que prefere participar de programas na internet. Citou a pseudo-entrevista de cinco horas que concedeu o podcast Flow.

Nessa conversa, Bolsonaro disse a certa altura que não está interessado na aprovação de uma PEC da Anistia, para evitar a prisão em caso de derrota. Explicou sua posição assim: "Vão falar que estou pedindo arrego, 'peidou na farofa'. Não quero essa imunidade."

Para usar a mesma linguagem vadia, o valentão do Planalto peida na farofa ao fugir dos debates.