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Eleitor devolve carta da reeleição de Jair Bolsonaro ao baralho da sucessão
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As urnas reabriram uma disputa presidencial que as pesquisas indicavam estar liquidada. Embora Lula tenha chegado ao segundo turno com uma vantagem próxima de 6 milhões de votos, o eleitor brasileiro recolocou no baralho a carta da reeleição de Bolsonaro. Nos próximos dias, serão desenvolvidas muitas teorias sobre a incapacidade dos institutos de pesquisas de medir o bolsonarismo enrustido. Mas nenhuma explicação será capaz de superar a mais singela: o povo foi chamado a votar, cada eleitor teve direito a um voto, as urnas foram contadas e a vantagem de Lula sobre Bolsonaro, que as pesquisa estimavam em até 14 pontos, foi reduzida a cinco pontos percentuais: 48% a 43%.
Os dois comitês vão à prorrogação com ânimos distintos. Lula já preparava a transição de governo. As urnas derramaram água no chope petista num instante em que já se insinuavam ao redor do candidato petista discussões sobre partilha de cargos. Lula terá que se esforçar para reverter o abatimento de sua tropa. Bolsonaro, ao contrário, chega ao segundo turno embalado. Elegeu 20 senadores numa disputa em que estavam em jogo 27 vagas. Seu partido, o PL, saiu das urnas como a bancada mais exuberante do Congresso a Câmara. O capitão obteve votação surpreendente na estratégica região Sudeste.
O desafio de Bolsonaro continua sendo maior do que o de Lula. Entre todos os presidentes que já disputaram a reeleição, ostenta o pior desempenho em termos proporcionais. De resto, nunca houve uma virada nas disputas presidenciais que escorregaram para o segundo turno. Mas a distância miúda, a sobrevivência do antipetismo e a evidência de que o antibolsonarismo é menor do que as pesquisas faziam supor transformam 2022 numa espécie de convite ao ineditismo.
Somando-se os votos obtidos por Simone Tebet (4,9 milhões), por Ciro Gomes (3,6 milhões) e pelos outros candidatos (quase 1,4 milhão de votos), há na praça cerca de 9,9 milhões de eleitores por conquistar. Para prevalecer, Lula precisa obter 19% desse patrimônio. Bolsonaro, 67%. O jogo recomeçou. As cartas estão na mesa.
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