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Vídeo destrói versão de Bolsonaro de que Jefferson foi tratado como bandido
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Adepto da mitomania, o hábito de mentir desenfreadamente, Bolsonaro descuidou de uma regra básica da sua atividade. um político jamais deve dizer uma mentira que não possa provar. Declarou que o aliado Roberto Jefferson recebeu da Polícia Federal "tratamento de bandido". Foi desmentido antes que sua versão chegasse aos jornais. Gravada em vídeo, a conversa que antecedeu a rendição de Jefferson revela que ele recebeu tratamento de aliado, não de marginal.
Jefferson disparou contra a equipe da PF que foi prendê-lo um par de granadas e pelo menos duas dezenas de tiros de fuzil. Os estilhaços feriram dois agentes federais. Após um cerco de oito horas, o agente do grupo tático da Polícia Federal escalado para obter a rendição de Jefferson soou esquisito: "É a ordem que eu tenho. Prioridade zero um. O que o senhor precisar a gente vai fazer."
O timbre subserviente e reverencial exposto no vídeo estilhaçou a versão de Bolsonaro segundo a qual ordenara ao ministro da Justiça, Anderson Torres, que tratasse Jefferson como o rigor que merece um "bandido" que "atira em policial". O negociador da PF como que perdoou Jefferson por ter ferido dois colegas —"Os meninos estão bem". Desqualificou a equipe destacada para realizar a prisão —"São burocratas, trabalham em inteligência, escritório, não são operacionais". Sorriu quando Jefferson disse ter lançado granadas de "efeito moral".
Se o episódio serviu para alguma coisa foi para mostrar que, sob Bolsonaro, o rigor policial é seletivo. Nos morros do Rio de Janeiro, quem ousa atirar na polícia é enviado à sepultura sob aplausos do presidente. Nos fundões do Nordeste, quando um motoqueiro parado sem capacete é morto num camburão de gás, Bolsonaro defende que os policiais rodoviários federais sejam julgados pelo assassinato "sem exageros". No bolsonarismo radical, os encrencados no Supremo Tribunal Federal, quando não recebem indulto presidencial, são tratados como bandidos VIP.
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