Saída de brasileiros da Faixa de Gaza vai liberar a língua de Lula
A autorização tardia para a saída dos brasileiros da Faixa de Gaza libertará também a língua de Lula. O grupo do Brasil tenta fugir da zona de guerra. O presidente se aproxima dela. Lula disse em privado que se sentiria "liberado" para tratar como deseja do conflito entre Israel e Hamas depois da repatriação.
Lula avalia que irá contrariar Israel, pois deseja dar continuidade ao esforço por um cessar-fogo, iniciado no mês passado, quando o Brasil exerceu a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU. Deseja articular fora das Nações Unidas uma estratégia para o pós-guerra.
São pretensiosos os objetivos de Lula. Ele avalia que pode contribuir para que a comunidade internacional não aceite passivamente a uma eventual ocupação de Gaza por Israel na fase posterior à contraofensiva militar. Defende o envolvimento da Autoridade Nacional Palestina na equação.
Lula cogita injetar a guerra na agenda de sua próxima incursão internacional. No início do próximo mês, participará em Dubai da COP28. Em 1º de dezembro, à margem da conferência climática, assumirá a presidência rotativa do G20. Tinha três prioridades: clima, redução da desigualdade e reforma de organismos como o Conselho de Segurança da ONU. Incluiu a guerra na lista.
Antes de retornar ao Brasil Lula fará escalas. Uma delas será em Berlim. Conversará com o chanceler alemão Olaf Scholz. Em setembro, quando esse encontro foi marcado, ardia no noticiário a guerra provocada pela Rússia na Ucrânia. Nesse conflito, Lula perdeu o nexo e o bonde ao igualar o agressor ao agredido. Agora, se esforça para frequentar o debate sobre uma segunda guerra com um discurso mais calibrado.
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