PT brinca de autofagia à beira das urnas municipais de 2024
A irrelevância subiu à cabeça do petismo. Minoritário no Congresso e no governo, o Partido dos Trabalhadores decidiu dançar a coreografia da autofagia na beirada das urnas municipais de 2024.
Num encontro de dois dias, inciado nesta sexta-feira, o partido discute a estratégia a ser adotada nas eleições para prefeito. Elaborou uma resolução política para nortear os debates. No documento, a legenda de Lula dedica-se a mastigar a si mesma.
O PT anota no seu texto que "o Brasil precisa se libertar, urgentemente, da ditadura do BC 'independente' e do austericídio fiscal, ou não teremos como responder às necessidades do país". Afirma que, "graças à credibilidade de Lula e apesar do BC de Campos Neto, temos inflação cadente e sob controle, desemprego em queda, rendimento da população em alta e contas públicas equilibradas".
A pregação é autofágica porque quem conduz a política fiscal é o companheiro Fernando Haddad. É inútil porque a autonomia do BC decorre de lei aprovada pelo Congresso. Lula poderia propor uma mudança. Mas faltam votos ao PT para aprovar a alteração.
De resto, o petismo já executou, sob Dilma Rousseff, a política de cofres abertos. Deu em ruína. Quando o PT foi retirado do Planalto, o PIB encolhia 3,5%, a inflação rodava na casa dos 10%, os juros escalavam os 14% e as contas nacionais estavam tingidas de vermelho.
O documento do PT critica a influência "desmedida" exercida pelo Centrão no governo Lula e no Congresso. Sustenta que temas como a segurança pública não podem ser tratados como "tabus".
Quem fufucou a Esplanada foi Lula, entregando cofres ministerias e a Caixa Econômica à turma de Arthur Lira. Alegou que, sem isso, não sairia do lugar.
A segurança pública, de fato, não deveria ser um tabu. O problema é latente e pede reclama enfrentamento. Líder no ranking nacional de homicídios, a Bahia é governada pelo PT desde 2007. Um de seus ex-governadores, Rui Costa, é o atual chefe da Casa Civil. Outro, Jaques Wagner, lidera a bancada do governo no Senado.
O PT se autoimpõe na resolução política a "urgente" tarefa de se organizar politicamente para "alterar esta correlação de forças". Algo que só ocorrerá "pela conscientização e mobilização daqueles e daquelas que representamos e defendemos."
O desafio passa pelas urnas de 2024, antessala para a disputa presidencial de 2026. O problema é que, antes de seduzir o eleitorado, o PT precisará se entender consigo mesmo.
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