Josias de Souza

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Saída de Moraes eleva chance de Moro de salvar mandato no TSE

Imagina-se que bons advogados precisam conhecer as leis. Isso é útil. Suspeita-se que excelentes advogados devem conhecer a jurisprudência dos tribunais. Também ajuda. Mas nenhum advogado será extraordinário se não conhecer os juízes. Nos bastidores do julgamento do pedido de cassação de Sergio Moro no Tribunal Superior Eleitoral, a composição da Corte vai ganhando maior relevância do que as leis e a jurisprudência.

PT e PL tinha até as 23h59 de segunda-feira para recorrer contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná que rejeitou a guilhotina por 5 votos a 2. As peças foram protocoladas na última meia hora. Nelas, reitera-se a acusação segundo a qual Moro cometeu abuso do poder econômico na pré-campanha de 2022. O julgamento dos recursos deve ficar para o segundo semestre.

Alexandre de Moraes, atual presidente do TSE, deixará a Corte em junho. Será substituído por André Mendonça. Num colegiado de sete ministros, estima-se que Mendonça comporá com outros três ministros —Nunes Marques, Raul Araújo e Isabel Gallotti— uma maioria pró-Moro. Na outra ponta estariam Cármen Lúcia, André Ramos Tavares e Floriano de Azevedo Marques.

No julgamento do TRE paranaense, apenas dois juízes votaram pela cassação de Moro, ambos indicados por Lula: José Rodrigo Sade e Julio Jacob Junior. Na etapa do TSE, são arrolados informalmente no bloco pró-Moro Mendonça e Nunes Marques, dois magistrados indicados por Bolsonaro. São mesmo insondáveis os desígnios da polarização.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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