Nova chefe da Petrobras tem conflito marcado com Marina
Magda Chambriard, a nova presidente da Petrobras, ainda nem tomou posse e já se tornou um conflito com Marina Silva esperando na fila para acontecer. O desentendimento envolve a exploração de petróleo na Foz do Amazonas.
Em maio do ano passado, o Ibama negou licença à Petrobras para explorar o óleo. No mês seguinte, Magda escreveu artigo detonando o veto.
O artigo foi veiculado na revista Brasil Energia, sob o título "Bacia da Foz, licenciamento ou risco Brasil". Nele, a substituta de Jean Paul Prates considerou ilegítima a decisão do Ibama.
"O Ministério do Meio Ambiente não pode usurpar o poder de concessão da Presidência da República", anotou Magda Chambriard. Ela defendeu uma "intervenção" de Lula. Soou categórica: "É ele que tem mandato para estabelecer as prioridades nacionais, em nome do povo".
A Petrobras recorreu contra a decisão do Ibama. O recurso está pendente de deliberação. Em entrevista ao UOL, no mês passado, Marina Silva reiterou que não há prazo.
"Na dinâmica do processo de licenciamento não existe essa de você chegar para os técnicos e ficar fazendo comandos políticos", disse a ministra do Meio Ambiente. "O que se tem é sentido de prioridade, a análise vai ser feita no tempo necessário".
Para Magda Chambriard, o "tempo necessário" é o ritmo de toque de caixa. Ela escreveu no artigo que "os licenciamentos ambientais do país" precisam ser "oportunos e tempestivos."
Magda realçou que "ou se faz isso agora, ou esse impacto continuará colocando em risco todos os projetos de infraestrutura carentes de licenciamento federal, elevando significativamente o Custo Brasil."
A perspectiva de um novo embate surge num instante em que o dilúvio no Rio Grande do Sul intima o governo Lula a transformar em realidade o compromisso retórico de priorizar a transição energética, assumindo a liderança global na produção de fontes limpas de energia, como a energia solar, a biomassa, o etanol e o hidrogênio verde.
Lula deve receber Magda Chambriard no início da próxima semana. Logo será que intimado pelas circunstâncias a decidir se Marina Silva é um ativo ambiental do seu governo ou uma reles usurpadora do desenvolvimento nacional.
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