Josias de Souza

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Opinião

Tributação das 'blusinhas da China' faz escala em Alagoas

O senador Rodrigo Cunha se esforça para negar. Mas já há elementos suficientes para atestar que tem inspiração alagoana sua decisão de retirar o imposto sobre compra de importados do banco de carona da proposta que cria o programa de descarbonização de automóveis.

Relator da proposta, Cunha foi infectado pelo vírus da micromegalomania. O senador é potencial candidato a vice na chapa do prefeito de Maceió João Henrique Caldas, o JHC, que concorre à reeleição. Por isso, decidiu posar de benfeitor dos consumidores pobres, contrapondo-se à taxa das blusinhas.

A reeleição de JHC é vista como uma espécie de jogo jogado. Por uma fatal coincidência, a mãe do prefeito, Eudócia Caldas, é suplente de Rodrigo Cunha. Significa dizer que madame está prestes a herdar de graça uma poltrona no Senado. Pelo projeto do grupo, JHC disputaria o governo de Alagoas em 2026. E Cunha viraria prefeito de Maceió por dois anos.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, irrtitou-se duplamente. Primeiro porque articulou com Lula e Fernando Haddad a alíquota de 20% para os importados. Segundo porque imaginava que seria dele a escolha do vice na chapa do prefeito JHC, seu hipotético aliado. Além de beliscar os interesses de Lira em Alagoas, Rodrigo Cunha como que acomodou no colo do imperador da Câmara a impopularidade da criação de um tributo. E a taxação das 'blusinhas da China' fez escala em Alagoas.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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