Nunes fez arminha com a língua
Apenas 48 horas depois de se esconder à sombra de Bolsonaro, nos fundões do caminhão de som da Avenida Paulista, Ricardo Nunes fez arminha com a língua no Roda Viva. Disse que sempre defendeu o que Bolsonaro prega. Vinculou-se ao arsenal bolsonarista de forma explícita: "Não existe nenhuma diferença com relação à maioria dos pontos que o Bolsonaro defende".
Até outro dia, o prefeito sobrevoava a campanha na primeira classe de um avião imaginário. Fazia pose de um passageiro que viajava na companhia do eleitorado bolsonarista, com a ilusão de que a aversão colecionada por Bolsonaro e todo o monturo que compõe a bagagem do capitão viajavam em outra aeronave.
O Datafolha informou na semana passada que 50% dos fãs de Bolsonaro embarcaram na candidatura de Pablo Marçal. Restaram para Nunes 28% do bolsonarismo e o sobrepeso do baú de Bolsonaro, entupido de golpismo, negacionismo, fuligem ideológica, detritos morais e uma taxa de rejeição na casa dos 60%.
No ato do 7 de Setembro, Bolsonaro insinuou novamente que as urnas de 2022 foram manipuladas por Xandão, pregou anistia para o golpismo e previu que sairá impune dos inquéritos que protagoniza. Nunes parece avalizar tudo isso e todo o resto. No esforço para roubar eleitores bolsonaristas de Marçal, o prefeito se arrisca a perder um pedaço do eleitorado do centro.
Deixe seu comentário