2º turno em SP pode consolidar Tarcísio como anti-Lula em 2026
Ao embarcar na candidatura de Guilherme Boulos, Lula imaginou que transformaria a eleição de São Paulo num terceiro turno de 2022. "É entre eu e a figura", afirmou. A coisa mudou de figura.
O Datafolha aponta para um segundo turno entre o preferido de Lula e Ricardo Nunes. Mas a covardia de Bolsonaro como que terceirizou a Tarcísio de Freitas a tarefa de se contrapor à esquerda.
Jogando parado, Tarcísio fez pose de herói da resistência contra o grotesco. Precisou mexer apenas os lábios. O voto em Pablo Marçal, disse ele, seria "porta aberta" para a esquerda no segundo turno.
Alheio à gincana dos padrinhos, o eleitor joga outro jogo. Parece mais interessado em asfalto do que na polarização alegórica entre comunistas e fascistas. E não se dispõe a fazer de 2014 um videoteipe de 2022.
Lula venceu Bolsonaro na cidade de São Paulo. Mas um pedaço pobre e periférico do seu eleitorado está fechado com Nunes. Com o carisma de uma pedra de gelo e cercado de denúncias, o prefeito se aproxima do segundo turno com uma rejeição de 21%. Boulos é rejeitado por 38% dos eleitores.
Hoje, Nunes prevaleceria sobre Boulos com folga: 52% a 37%. Seja qual for o resultado, o governador de São Paulo mudou de patamar. Olha para 2026 com outros olhos. As circunstâncias o promoveram de sub-Bolsonaro para anti-Lula.
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