Boulos teria que escalar Everest em 72 horas para derrotar Nunes
O novo Datafolha revela que o relógio tornou-se para Boulos um adversário mais poderoso que Ricardo Nunes. Em uma semana, estreitou-se de 18 para 14 pontos percentuais a vantagem do prefeito sobre o desafiante: 49% a 35%. Ainda assim, a pesquisa sinaliza que Boulos precisaria escalar um Everest em 72 horas para evitar a reeleição de Nunes no próximo domingo.
Quem desafia a maior montanha do mundo enfrenta nevascas e avalanches. A escalada de Boulos inclui um outro obstáculo duro de roer. Às vésperas da votação, o candidato ainda é rejeitado pela maioria absoluta do eleitorado paulistano (55%). Esse índice de rejeição era de 58% no início do segundo turno. Oscilou para baixo graças às concessões feitas por Boulos à direita. Mas o tempo disponível é infinitamente menor do que o desejo de virada.
Há quatro anos, quando perdeu a Prefeitura de São Paulo para Bruno Covas, Boulos obteve 40,6% dos votos válidos. Confirmando-se a derrota esboçada nas pesquisas, precisaria sair das urnas de 2024 maior do que isso para se manter como opção da esquerda para eleições futuras. Esse objetivo está pendurado na margem de erro do Datafolha.
No placar dos votos válidos, que exclui os brancos, os nulos e os indecisos, como faz a Justiça Eleitoral na hora de totalizar as urnas, Nunes vence Boulos por 58% a 42%. Ao aceitar ser sabatinado nesta sexta-feira por Pablo Marçal, que o achincalhou no primeiro turno, Boulos passou a impressão de que opera no modo desespero.
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