Lula virou candidato radioativo
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Em 2022, Bolsonaro passou raspando na trave. Ao conceder a Lula um terceiro mandato, a maioria apertada do eleitorado parecia ter livrado o Brasil de uma urucubaca. Hoje, informa a pesquisa Quaest, seis em cada dez brasileiros passaram a enxergar Lula como um candidato radioativo.
Quando perguntados se Lula deveria se candidatar novamente em 2026, retumbantes 62% disseram "não". A taxa de rejeição de Lula subiu 10 pontos percentuais em três meses. No momento, 55% dos eleitores declaram que não votariam no atual presidente de jeito nenhum.
Com a direita ainda pulverizada, Lula se mantém à frente de hipotéticos adversários. Mas encurtaram-se as distâncias. Num embate direto com Tarcísio de Freitas, o Plano B preferido do PIB, Lula prevaleceria por 43% a 37%. Seis pontos de diferença. Em janeiro, o governador de São Paulo somava três pontos a menos. Subiu enquanto Lula se manteve estacionado.
A pesquisa ajuda a compreender porque Tarcísio e seus congêneres bajulam Bolsonaro. A despeito da corrosão criminal que sofre, o capitão seria o candidato mais competitivo da direita se não estivesse inelegível. Numa reedição de 2022, a vantagem de Lula sobre Bolsonaro caberia dentro da margem de erro: 44% a 40%.
Bolsonaro foi mandado para casa mais cedo porque estrelou uma Presidência tóxica. Na pandemia, aliou-se ao vírus. No meio ambiente, associou-se a criminosos. Na política, comprou com o orçamento secreto o engavetamento do impeachment. Na sucessão, tramou um golpe.
Agora, Bolsonaro esquenta o banco dos réus à espera de um mandado de prisão. Ao cavar numa pesquisa um empate técnico contra o principal rival, o mito do pau oco mostra que o problema do projeto eleitoral de Lula pode ser o candidato.
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