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Josmar Jozino

Covid: 101 presos morreram no Brasil, segundo o Depen

Getty Images
Imagem: Getty Images

Colunista do UOL

29/08/2020 16h14

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Números do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) indicam que 101 presos já morreram por causa da covid-19 nas prisões brasileiras. Foram detectados 18.521 casos da doença entre os 773 mil presidiários do País, sendo que 17.109 detentos estão recuperados, segundo o departamento.

As prisões paulistas lideram o número de mortos por coronavírus, com 24 óbitos. Em seguida, estão Rio de Janeiro (16); Minas Gerais (10); Pernambuco e Roraima (oito cada); Rio Grande do Sul (seis); Espírito Santo (cinco); Distrito Federal (quatro); e outros estados.

As visitas foram suspensas em março deste ano nas penitenciárias brasileiras por determinação do Ministério da Justiça e Segurança Pública, como medida para combater a proliferação do novo coronavírus entre a população carcerária e funcionários do sistema prisional.

Protesto em São Paulo

Na manhã de ontem, familiares de presos realizaram manifestação nas proximidades do Palácio dos Bandeirantes, Morumbi, zona sul da capital, sede do governo de São Paulo, e pediram a volta da visita presencial nas unidades prisionais do estado.

O secretário estadual da Administração Penitenciária, Nivaldo Restivo, conversou com uma comissão formada por parentes de presidiários em uma base da Polícia Militar e afirmou que estão sendo tomadas todas as medidas contra a doença nos presídios.

Em nota, a SAP (Secretaria Estadual da Administração Penitenciária) informou que o governo do estado lamenta que a manifestação dos familiares de presidiários seja contra a necessária suspensão de visitas para conter a proliferação do coronavírus no sistema prisional.

Familiares de presos fazem protesto em São Paulo - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Familiares de presos fazem protesto em São Paulo
Imagem: Arquivo pessoal

A passeata foi coordenada pelo Instituto Anjos da Liberdade e, segundo os organizadores do evento, reuniu mil pessoas. O número não foi confirmado oficialmente. Os familiares de presos se concentraram na rua Padre Lebret. A Polícia Militar interditou os dois sentidos da avenida Morumbi. Houve manifestações também em outras capitais.

Segundo a advogada Amanda Celuta Mascarenhas de Moraes, representante da comissão de parentes dos presos, o secretário Nivaldo Restivo disse que o plano da SAP é retomar as visitas presenciais, gradualmente, até dezembro deste ano, e analisar a possibilidade de acabar com a suspensão da visita virtual para presos que cometeram falta grave.

Os familiares reivindicaram o aumento da lista de alimentos enviados por Sedex aos presos; melhorias no setor de saúde e na distribuição de remédios aos detentos e também permissão para os prisioneiros ter atendimento médico particular.

Os manifestantes saíram de ônibus da Praça Charles Miller, no Pacaembu, zona oeste e caminharam até as imediações do Palácio dos Bandeirantes, carregando faixas e cartazes e gritando palavras de ordem.

"Preso tem família" e "visita presencial" foram algumas das frases proferidas pelos manifestantes. Policiais militares acompanharam o protesto pacífico.

SAP diz que distribuiu máscaras e álcool gel

A SAP ressaltou que por duas vezes recebeu representantes de familiares de presos para esclarecer que já distribuiu 3,2 milhões de máscaras e 75 mil litros de álcool gel nos presídios.

Segundo a pasta, graças às medidas tomadas para combate à doença nas unidades prisionais, "somente após 48 dias do primeiro caso de covid-19 no estado aconteceu o primeiro caso da doença nos presídios estaduais".

Ainda de acordo com a SAP, até o momento foram testadas 21.737 pessoas entre presos e funcionários do sistema prisional paulista. Dos 4.685 detentos que receberam o resultado positivo desde o início da pandemia, 4.271 (90,70%) estão recuperados. Até ontem, além dos 24 presos, a doença também matou 27 funcionários das prisões do estado.