PM suspeito de jogar homem da ponte havia matado motoqueiro com 12 tiros
O soldado Luan Felipe Alves Pereira, 29, apontado de ser o PM que jogou Marcelo do Amaral, 25, de uma ponte em Cidade Ademar, zona Sul de São Paulo, na noite de domingo, havia matado com 12 tiros um homem suspeito de roubar uma motocicleta em Diadema, no ABC, em março do ano passado.
Felipe já era da Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Moto) do 24º Batalhão, e fazia patrulhamento com o soldado Deives Nascimento dos Santos, 33, na rua Padre Antônio Tomás, quando um homem ocupando uma moto passou em alta velocidade. O piloto estava sem capacete.
Houve perseguição. O motoqueiro entrou em uma viela e tentou subir uma escada na passagem "A vida da gente". A moto caiu e o condutor tentou fugir a pé. O soldado Felipe o seguiu e Nascimento permaneceu junto às motocicletas da PM.
Na rua do Café, perto da Travessa espelho Mágico, Felipe visualizou o motoqueiro. Segundo o soldado, o piloto estava armado e atirou em direção a ele. O policial militar efetuou 12 disparos com a pistola Glock da PM e alvejou o infrator.
O motoqueiro chegou a ser levado com vida para o Hospital Municipal de Diadema e morreu minutos após dar entrada. Ele foi identificado como Maycon Douglas Valério, 31. De acordo com a versão policial, o rapaz portava um revólver calibre 38.
MP viu legítima defesa do soldado
O soldado Felipe foi investigado pelo homicídio. Porém, o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) entendeu que o PM agiu em legítima defesa e no estrito cumprimento do dever. Em janeiro deste ano, o promotor João Otávio Bernardes Ricupero manifestou-se favorável ao arquivamento do caso e em 24 de janeiro o juiz José Pedro Rebello Giannini, da Vara do Júri de Diadema, aceitou o pedido do MP-SP.
Soldado afastado
Ontem, Felipe e outros 12 policiais militares foram afastados do serviço e recolhidos à corregedoria. A reportagem apurou que foi ele quem jogou Marcelo Amaral da ponte em Cidade Ademar.
Em entrevista exclusiva à TV Globo, Antônio Donizete do Amaral, pai de Marcelo, classificou de inadmissível a atitude do policial militar. Ele disse que o filho é trabalhador e nunca se envolveu com nada errado. O rapaz está traumatizado.
Donizete acrescentou que o filho é trabalhador e que gostaria de ter uma explicação do policial militar, complementado também que "a PM esta aí para fazer a defesa da população e não para fazer o que fez com meu filho".
A reportagem telefonou várias vezes para a defesa do soldado Felipe, no final da tarde e no início da noite de ontem, mas não conseguiu contato. O espaço continua aberto para os advogados do PM. O texto será atualizado se houver manifestação dos defensores.
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