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Leonardo Sakamoto

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Datafolha anima assédio lulista sobre os eleitores de Ciro e Simone Tebet

RICARDO STUCKERT, ISAC NóBREGA/PR, KELLY FUZARO/BAND E EVARISTO Sá/AFP
Imagem: RICARDO STUCKERT, ISAC NóBREGA/PR, KELLY FUZARO/BAND E EVARISTO Sá/AFP

Colunista do UOL

22/09/2022 21h28

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Dos eleitores de Ciro Gomes, 54% admitem que ainda podem mudar de voto. Considerando os de Simone Tebet, são 43%. Para efeito de comparação, entre os de Bolsonaro e os de Lula apenas 11% e 12%, respectivamente, dizem que podem trocar de lado. Os dados são da nova pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta (22).

Por mais que Ciro diga que o PT está fazendo jogo sujo e Simone alerte que o assédio ao seu eleitorado pode implodir pontes para o segundo turno, o discurso lulista de que é necessário um voto útil contra o presidente agora para impedir que o país se esfacele vai crescer exponencialmente até o dia 2 de outubro.

Ainda mais após o Datafolha mostrar Lula oscilando dois pontos para cima, chegando a 47% e abrindo vantagem de 14 sobre Jair. Isso significa que, hoje, ele conta com cerca de 50% dos votos válidos.

É a sétima pesquisa que mostra essa variação positiva para o petista na semana. Na Genial/Quaest, Lula avançou dois pontos em relação à anterior; na PoderData, o petista oscilou um ponto; na BTG/FSB, subiu três pontos; no Ipec, Lula oscilou um ponto para cima; na Ipespe/Abrapel, subiu numericamente um ponto; na pesquisa CNT/MDA, Lula flutuou 1,1 ponto para o alto.

Ciro, que tem 7%, vem sendo o alvo principal do vira-voto. E não é à toa: o Datafolha mostra que 38% dos que pretendem mudar de voto iriam para Lula e 18%, Bolsonaro. É compreensível que o assédio sobre o eleitorado irrite quem esteja dando duro na campanha, mas também faz parte do jogo democrático. Ele chama de "fascismo de esquerda" a política do convencimento.

Ironicamente, o ex-governador do Ceará acaba ocupando o lugar do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que tinha 10% das intenções de votos no Datafolha de 28 de setembro de 2018, mas desidratou e terminou o primeiro turno com 4,76%.

Naquela eleição, era Ciro que usava o discurso do voto útil, buscando atrair o eleitor progressista ao apontar a si mesmo como mais capaz que Fernando Haddad para vencer Bolsonaro no segundo turno.