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Leonardo Sakamoto

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Bolsonarismo leva violência eleitoral à Aparecida no dia de Nossa Senhora

Colunista do UOL

12/10/2022 18h52

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Um cinegrafista foi atacado, uma pessoa vestindo vermelho foi perseguida, um padre foi criticado por pedir silêncio diante de uma tentativa de transformar uma missa em um ato de campanha. Bolsonaristas extremistas chafurdaram em Aparecida (SP), neste 12 de outubro, levando violência eleitoral para dentro de um dos maiores eventos católicos do país.

Um comportamento estimulado pela rápida passagem de Jair, que não esteve na basílica como presidente da República, mas usou Nossa Senhora Aparecida para fazer um palanque eleitoral.

Pesquisa Datafolha, divulgada no último sábado (8), apontou que 34% dos eleitores têm muito medo de algum ato de violência durante a campanha para o segundo turno e 29% relatam ter um pouco de medo. Entre os apoiadores de Lula, 43% têm medo, número que cai para 23% entre os de Bolsonaro.

O presidente tem todo o direito de estar lá só de corpo, mas não de alma, não tomando a eucaristia e nem rezando o Pai Nosso, como aconteceu. Mas a forma como ele se portou enquanto esteve na área da igreja, chegando ao ponto de colocar parte do corpo para fora do veículo em que estava para se promover enquanto as sirenes eram acionadas, é um insulto a quem estava ali pela fé.

Aqui não cabe o Evangelho de Lucas, capitulo 23, versículo 34: "Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem". Os bolsonaristas sabem sim, entendem exatamente o comportamento violento, agressivo, estúpido deles. Um comportamento que bate de frente com o principal ensinamento do Novo Testamento: "amem-se uns aos outros".

Diante disso, é imperativo citar o Evangelho de Mateus, capítulo 7:

"Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores. Vocês os reconhecerão por seus frutos. A árvore boa não pode dar frutos ruins, nem a árvore ruim pode dar frutos bons."

Uma árvore boa não produz 687 mil mortes por covid-19, nem 33 milhões de famintos.