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Mauricio Stycer

REPORTAGEM

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Folha corrige erros cometidos há 50 anos sobre o enxadrista Mequinho

Mequinho em uma imagem recente - Arquivo pessoal
Mequinho em uma imagem recente Imagem: Arquivo pessoal

Colunista do UOL

25/02/2022 12h19

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A seção "Erramos" da Folha publicou nesta sexta-feira (25) correções de erros cometidos em três edições do jornal em setembro de 1971, há mais de 50 anos. As três dizem respeito a notícias sobre Henrique Costa Mecking, o maior enxadrista brasileiro da história.

Um "erramos" corrige a informação de que Mequinho era grande mestre em 1971. Na verdade, ele era mestre internacional, um estágio inferior na carreira, e só atingiu o topo no ano seguinte. Outro erro corrigido esclarece que o jogador havia derrotado um adversário iugoslavo em 34 lances, e não em 32, como informou o título da notícia. Um terceiro erro, que beira o cômico, corrige a informação que os enxadristas Jozsef Szily e Istvan Bilek não são naturais de Hong Kong, como foi publicado, mas húngaros.

Os erros foram descobertos por Uirá Machado, repórter especial da Folha, que está escrevendo uma biografia de Mequinho, e são uma espécie de "aperitivo" do que vem por ai. O jornalista conta que, durante a pesquisa, ainda não encerrada, encontrou centenas de erros sobre o jogador publicados em cinco dezenas de jornais, inclusive estrangeiros. "Vejo erros em quase todos os jornais", diz. Eventuais outros erros encontrados na Folha serão corrigidos numa reportagem futura.

Um dos erros mais comuns sobre Mequinho diz respeito à cidade onde nasceu. Tornou-se comum escrever que ele é natural de Pelotas, quando na verdade nasceu em Santa Cruz do Sul, ambas no Rio Grande do Sul. Em 1972, quando se tornou grande mestre, ele fez questão de corrigir o erro publicamente em uma entrevista: "Coloque no seu jornal", pediu.

"Esta atitude me chamou a atenção", diz Machado, que passou a registrar os erros com a intenção de corrigi-los. Após consultar a chefia do jornal, que desde 1991 tem uma seção fixa dedicada a correções, sugeriu a publicação dos três erros. O jornalista está há 18 anos na Folha e foi coordenador da mais recente edição do Manual de Redação (2018).

A elaboração da biografia de Mequinho, segundo o autor, está na metade do caminho. Será publicada pela editora Todavia, mas ainda não tem previsão de lançamento.