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Netflix chegou no seu limite? Essa é a pergunta de bilhões de dólares
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Pela primeira vez desde 2011, a Netflix registrou perda de assinantes ao final de um trimestre. A maior plataforma de streaming do mundo terminou março de 2022 com 200 mil assinantes a menos do que em dezembro de 2021. E prevê perder mais assinantes no próximo trimestre. O anúncio provocou uma perda de 20% do valor das ações.
O número de 200 mil é pequeno, insignificante mesmo, perto dos seus mais de 221 milhões de assinantes ao redor do mundo. Mas muito simbólico para uma empresa que vinha crescendo sem parar há mais de uma década. A Netflix tinha estabelecido como meta acrescentar 2,5 milhões de assinantes neste trimestre. Ainda assim, as receitas no período cresceram 10%, para US$ 7,89 bilhões, um pouco abaixo da projeção do mercado, de US$ 7,93 bilhões.
A Netflix chegou ao seu limite? Essa é a questão que todos os analistas se fazem neste momento. A enorme concorrência de plataformas de streaming já vinha afetando o crescimento da empresa, o que foi reconhecido agora, abertamente, no anúncio do resultado do primeiro trimestre. Outros problemas, além deste, foram citados nesta terça-feira (19) em uma carta aos acionistas.
A Netflix atribuiu o mau resultado também à desaceleração na adoção de banda larga e smart TVs em alguns mercados; ao compartilhamento de senhas entre residências (a empresa acredita que esta prática é responsável por mais de 100 milhões de espectadores não pagantes); e a fatores econômicos, como o aumento da inflação (perdeu 600 mil assinantes nos EUA e Canadá) e a invasão da Ucrânia pelo exército russo, que levou a Netflix a encerrar seu serviço na Rússia, resultando na perda de 700 mil assinantes.
Em resposta à perda de assinantes, a Netflix prometeu aos acionistas seguir investindo em conteúdo original. A empresa citou alguns sucessos recentes, incluindo duas séries criadas por Shonda Rhimes - a segunda temporada de "Bridgerton", que gerou 627 milhões de horas visualizadas, e "Inventando Anna", com 512 milhões de horas visualizadas - e o filme "O Projeto Adam", com Ryan Reynolds, que foi visto por 233 milhões de horas.
A empresa segue apostando na produção de conteúdo fora dos Estados Unidos como um caminho para conquistar novos assinantes. O sucesso da série coreana "Round 6" no ano passado é o exemplo mais reluzente de que esta política pode render frutos. No Brasil, na semana passada, a Netflix anunciou uma dezena de novas produções com "sotaques" de diferentes regiões do país.
Como já havia anunciado antes, a Netflix está tentando reprimir o compartilhamento de senhas. Já está testando uma solução no Chile, na Costa Rica e no Peru.
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