Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Agência de notícias americana cria o cargo de "editor de democracia"
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Esta é parte da versão online da edição desta quarta (22) da newsletter do Mauricio Stycer. Na newsletter completa, apenas para assinantes, o colunista ainda faz sugestões de leitura da semana. Para receber o boletim e ter acesso ao conteúdo completo, clique aqui.
********
Uma das mais antigas e respeitadas agências internacionais de notícias, a Associated Press anunciou este mês a criação de um cargo incomum, o "editor de democracia", e nomeou o jornalista Tom Verdin para ocupar a função.
O jornalista indicado para o novo cargo da AP supervisionou, em 2021, uma revisão das acusações de fraude eleitoral nas eleições americanas, identificando cerca de 475 casos nos seis estados questionados por Trump, um número que não faria diferença nos resultados de 2020. Essa reportagem foi repetidamente citada pela AP e outros meios de comunicação para refutar as mentiras do ex-presidente sobre uma suposta fraude eleitoral generalizada.
A agência prometeu "injetar mais recursos para cobrir os desafios à democracia nos EUA, incluindo direitos de voto e acesso, administração de eleições e o papel da desinformação e propaganda". Em entrevista à CNN, a editora executiva da AP, Julie Pace, disse que as atuais ameaças à democracia nos Estados Unidos chamaram a atenção da empresa.
O anúncio ocorre no momento em que uma comissão da Câmara dos Deputados dos EUA está investigando os ataques de 6 janeiro de 2021 ao Capitólio — uma ação que, na visão de muitos, configurou uma tentativa de golpe contra a democracia. A comissão promete apresentar provas de que o ex-presidente Donald Trump esteve envolvido na ação, insuflando eleitores a tentar reverter o resultado da eleição de 2020, vencida por Joe Biden.
A decisão de criar este cargo ocorre também num ano em que os Estados Unidos terão importantes eleições estaduais e, ao que tudo indica, a influência de Trump será notável.
O paralelismo com a situação brasileira, infelizmente, é grande. O presidente Jair Bolsonaro não apenas é um grande fã de Trump, como colocou em dúvida o resultado da eleição americana, em 2020, e diariamente, sem apresentar provas, coloca em questão o sistema eleitoral brasileiro.
Como disse a Folha em editorial há 12 dias, comparando os dois, "o desprezo pelo regramento democrático, o roteiro de contestação prévia de resultados eleitorais desfavoráveis e a incitação à balbúrdia institucional são elementos inerentes à conduta do mandatário brasileiro".
A defesa da democracia é uma grande questão no Brasil, em 2022. E ajuda a entender por que um "editor de democracia" poderia ser útil em diferentes veículos de mídia nacionais.
Pra esquecer
Ainda há quem acredite que a melhor maneira de enfrentar uma realidade incômoda é fechando a janela. O método, evidentemente, não funciona. E, quando praticado por um veículo de comunicação, tende a arranhar a sua credibilidade. Foi o que ocorreu esta semana com a notícia de que, pela primeira vez na história, um candidato de esquerda venceu e será presidente da Colômbia. A vitória de Gustavo Petro foi assunto de destaque em quase todas as emissoras brasileiras. Apenas a Record escondeu o assunto numa nota de 20 segundos, em que não mencionou o fato de o presidente eleito ser de esquerda e, muito menos, que a sua eleição tem um caráter histórico.
Pra lembrar
Ainda falando da eleição na Colômbia, o resultado teve um sabor especial para um jornalista brasileiro com nome idêntico ao do presidente eleito. Gustavo Petró, do site G1, recebeu um convite para participar da posse de Gustavo Petro. Segundo relatou o jornalista, ele é confundido com o político há pelo menos 10 anos, quando o colombiano venceu as eleições à prefeitura de Bogotá. O convite para a eventual posse presidencial aconteceu ainda em 2021, quando o brasileiro participou, virtualmente, de um programa de TV colombiano com seu homônimo. Naquele momento, Petro prometeu que, se vencesse as eleições, o convidaria para a cerimônia.
A frase
"Se a fofoca é mentira (ou pelo menos não estou sabendo) mas é boa pra mim eu dou RT sim kkkkkk"
Paulo Vieira após compartilhar no Twitter a notícia de que a Globo pretende ressuscitar o "Video Show" e o seu nome estaria cotado para ser um dos apresentadores.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.