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Mauricio Stycer

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Folha: 'Pantanal' aborda polêmicas, mas tem medo de irritar conservadores

Alcides (Juliano Cazarré) e Maria Bruaca (Isabel Teixeira) em cena da novela Pantanal - Reprodução/TV Globo
Alcides (Juliano Cazarré) e Maria Bruaca (Isabel Teixeira) em cena da novela Pantanal Imagem: Reprodução/TV Globo

Colunista do UOL

28/08/2022 07h01

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Remake de um clássico dos anos 1990, a trama de Benedito Ruy Barbosa, adaptada por Bruno Luperi, é uma fábula que evoca bons sentimentos. "Pantanal" questiona o machismo, a homofobia e oferece lições sobre os problemas ambientais causados pela ganância e a exploração desenfreada da terra. Estes temas mais polêmicos, porém, raramente ganham corpo. Um observador mais otimista diria que Luperi dá lições sem precisar falar, ou "editorializar" a narrativa. Com base na repetição, e não na ênfase, o espectador seria capaz de apreender o subtexto da crítica.
(...)
Mais pessimista, eu creio que autor rebaixa os temas polêmicos por receio de aborrecer o espectador mais conservador. "Vamos mudar o rumo dessa prosa." A toda hora alguém diz essa frase. É quase um bordão em "Pantanal" e serve para interromper qualquer conversa mais interessante e delicada.
(...)
O maior acerto de "Pantanal" é o flerte com o realismo mágico. Barbosa e Luperi foram muito bem-sucedidos na forma como propõem ao espectador momentos realmente doces, bem-humorados e emocionantes por meio de três personagens: a mulher que encarnou numa onça, o peão que fez pacto com o demônio e o idoso, visível só para alguns, que protege a floresta dos homens maus.

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